Minha intenção é colocar aqui umas notas sobre eventos em Foz do Iguaçu. Este é o primeiro:
Como uma cidade que sedia eventos nacionais e internacionais, Foz do Iguaçu é um lugar muito interessante para trabalhar como jornalista e blogueiro. Existe uma quantidade enorme de “Cartas de Foz do Iguaçu”, “Atas de Foz do Iguaçu” e “Declarações de Foz do Iguaçu”. Ontem mesmo foi assinada em Foz a “Declaração de Foz do Iguaçu” da 2ª Conferência Lationoamericana de Saneamento. Um encontro interessante porque tratava dos Objetivos do Milênio na área do saneamento. Até 2015 os países devem reduzir em 50% o número de pessoas que não têm acesso ao saneamento básico que inclui água potável e saneamento que, por sua vez, inclui coleta e tratamento de esgotos além da coleta de resíduos sólidos (lixo) e seu sumiço (disposição)apropriado.
Os números são grandes. Por exemplo, as empresas de água do Brasil produzem 39,2 bilhões de litros de água tratada por dia. Mas, perdem 15,2 bilhões de litros de água também por dia. Perdem por vazamento ou “gato”. Sobre o lixo: o Brasil produz 61,5 milhões de toneladas de lixo por ano (números da Abrelpe) e coleta 51,4 mi toneladas/ano. Mais um número: 65% (3.593) dos municípios brasileiros não têm coleta seletiva e, segundo noticiado pela Folha de São Paulo, boa parte do lixo coletado "seletivamente" termina no lixão. E ainda temos o lixo industrial: 82.747.991 toneladas / ano dos quais 3.736.973 toneladas são de resíduos perigosos.
Tem mais números
A quantidade de planetas que temos para depositar todo esse lixo e fazer tal desmando é: um. Até quando vamos conseguir continuar nessa operação? Não sabemos. Falando de dnheiro que é outro recurso não renovável. Para garantir acesso básico ao saneamento urbano até 2015, o Brasil necessita gastar R$ 105 bilhões. Não está incluida as áreas rurais! Os Estados Unidos geram 220 milhões de toneladas de lixo por ano segunda a EPA. E o mundo? A estatísticas se existem não encontrei. Assim, no fundo tudo gira em torno de bilhões de dólares. Mas No evento havia um pequeno grupo de defensores de tecnologias alternativas, baratas e baseadas na comunidade. E não eram hippies. São pessoas que acham que produzir bilhões de litros de água/dia e usar metade dela para dar descarga em banheiro é uma loucura. Essas pessoas são ligadas à programas bem financiados por governos como o da Suécia. Esse pessoal já luta para colocar essas possibilidades na agenda.
No evento estava José Carlos Melo, engenheiro brasileiro, que se destaca como o primeiro engenheiro brasileiro a gerenciar e tocar um programa de saneamento (em Natal RN) pelo "Sistema Condominial". Na Conferência ele lançou a versão em castelhano do livro “Sistema Condominial – uma resposta ao desafio da universalização”. Na foto o secretário Nacional do saneamento que pertence ao Minitério das Cidades, Leodegar Tiscoski apresenta o livro de José Carlos em lançamento especial para a América Latina. O engenheiro e autoridade no setor (de bigode) também está na foto. O assunto trata de como instalar saneamento urbano em comunidades como uma favela no morro. A Rocinha, o Morro do Alemão e outras “favelas” já têm essa espécie de saneamento. Falando sobre o sistema ele disse que pela primeira vez engenheiros foram às comunidades para aprender e descobrir o que fazer.
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