quarta-feira, 10 de outubro de 2018

Distribuição de doces e gostosuras no dia de Cosme e Damião em Foz



Reportagem sobre o evento na Gazeta de 1 de outubro

Setembro fechou com uma boa exposição da cultura religiosa afro-brasileira em praça pública. E não foi em qualquer praça. Foi na Praça da Paz – uma praça de localização estratégica em Foz do Iguaçu – terra que tem poucas praças. A ocasião foi especial. Lideranças de pelo menos 12 centros de candomblé e umbanda aprovaram a criação de uma comissão para organização de eventos que mostrem ao mundo que as religiões e cultura afro-brasileira estão presentes em todo o Brasil, nos países vizinhos e, não podia ser de outra maneira, em Foz do Iguaçu.




Sob a sombra da figueira centenária 

O primeiro evento realizado graças à criação da Comissão (ainda não tenho o nome completo da comissão) foi no sábado, à tarde, dia 29, na Praça para escutar atabaque, cantar, dançar e arrecadar doces, balas, refrigerante, pipocas entre muitos outros presentes. Grupos de pessoas atravessando as duas pistas principais da  Avenida JK foi uma visão comum. Vestidos de roupas típicas de umbanda e candomblé, expondo suas contas e turbantes, homens, mulheres, crianças carregavam sacolas, trouxas, balaios cheios de presentes que estavam sendo arrecadados. Para quê? Para quem? Para serem levados a dois pontos no Norte de Foz do Iguaçu, no Condomínio Santa Rita e na Lagoa Dourada, na grande Três Lagoas. O motivo o Dia de São Cosme e Damião, celebrado dois dias antes no dia 27.  


Gente atravessando a JK com doações: uma visão comum no dia

Ninguém planejou nada do que vou contar. O encontro ocorreu na parte de baixo da Praça ao lado e debaixo de uma centenária Figueira localizada na Praça. A Figueira sobreviveu por pouco de ter sido eliminada para que a praça fosse revitalizada. O bom povo de Foz protestou e a árvores foi poupada. E lá estava ela mantendo em alta sua posição especial entre as árvores para todas as culturas do mundo. Afinal foi debaixo de uma figueira que Buda se iluminou. Jesus também citou a figueira e a árvore é importante também  para as religiões afro-brasileiras.  A árvore é importante também para os historiadores inclusive os ateus. É a árvores que não precisa de solo para crescer. Quem visita ruínas como a de San Ignacio Miní ver como as figueiras cresceram e tomaram conta de edifícios e cidades antigas. Salve a figueira! 
   

Organizando a entrega dos doces

Falamos sobre a criação da Comissão que foi uma boa iniciativa. Faltou falar da Secretaria Municipal de Direitos Humanos que teve a ideia de destacar uma equipe para visitar os terreiros e abrir os braços para que a população afro-brasileira, não necessariamente descendentes de africanos ou negros, saiam dos esconderijos  e virem à luz do dia onde o Sol brilha para todos. Como brasileiro universalista de descendência afro-brasileira (mas não só), sinto muito orgulho de ver que no Sul do Brasil muita gente das religiões afro-brasileiras são brancos, pais de santos descendentes de italianos, de alemães, de russos, de ucranianos seguem a religião, tocam atabaque, cantam em iorubá. Maravilha esse é o Brasil que eu quero. Muito orgulho disso! 

Doações foram coletadas entre as 14h e 16h



Conversei  com gente que era evangélica antes de vir para a umbanda. Esse é mais um  detalhe do Brasil que eu quero. As religiões estão aí para quem quiser mudar: umbandista para evangélico, evangélico para umbandista, cristão para muçulmano, muçulmano para budista. Maravilha! O que não pode acontecer é uma pessoa mudar de religião e perseguir quem ficou. Ou perseguir religiosos de uma religião que não a sua, como Paulo o apóstolo fazia, ou como Lutero fez quando os judeus não se converteram para a sua forma de cristianismo.  Mito cuidado a todos nessa hora de Brasil dividido – religião não deveria entrar nessa!


Colorido da festa dedicada às crianças


O presidente da Comissão, Pai Marcos de Ogum, anunciou que em novembro, haverá um evento afro-brasileiro na Praça da Paz todos os domingos e que no ano que vem será divulgado um calendário de eventos religiosos e culturais afro-brasileiros que cobrirá todo o município. Muito bom.




Matéria completa sobre a festa


Aviso e Posicionamento

Os Blogs e artigos de Jackson Lima têm como missão divulgar fatos e trazer informações sobre  todas as etnias de Foz do Iguaçu e Três Fronteiras, suas manifestações religiosas e culturais como forma de desestimular o racismo, preconceitos que levam à discriminação, intolerância de qualquer tipo, nacionalismo doentio, xenofobia, injustiças, neocolonialismo e ignorância  no sentido de não saber, desconhecer"

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