domingo, 21 de outubro de 2018

Outros olhos: cores, cheiros e sons nas Cataratas do Iguaçu


Congressistas do CLAI 2018 e as Cataratas com 3.3 mil metros cúbicos por segundo
Jackson Lima
Fotos alta resolução / clique para ampliar

Às 15h deste sábado, dia 20 de outubro, a vazão das Cataratas do Iguaçu era de 3.030 metros cúbicos por segundo. A informação é da Copel segundo monitoramento na estação Hotel das Cataratas, às margens do rio, na área do hotel. Às 18h a vazão registrada foi de 3.330 metros cúbicos por segundo. É o que é chamado de Show das Cataratas. Os 3.330 m² por segundo foi o máximo da vazão de ontem. A água ganhou 300 metros cúbicos diante dos meus olhos. Eu estava lá fazendo o que um guia de turismo que me conhece de longa data chamou de “matando a saudade”. Sem dúvida. 




Eu estava também colhendo sons, imagens, sabores, lances, dicas que eu ainda possa incluir no meu mais novo livro que está nos últimos retoques. A ideia do livro é passar a mensagem de que as Cataratas do Iguaçu são inesgotáveis no sentido de poder passar emoções, sentimentos, pensamentos positivos indefinidamente cada vez que a gente lance sobre elas um novo olhar. Com a vazão acima do dobro do normal, muita coisa que a gente possa dizer das Cataratas deixam de valer. 



Por exemplo, a afirmação de que as Cataratas têm 270 saltos. O Salto Três Mosqueteiros (lado argentino, unicamente visto desde o lado brasileiro)  ganhou o reforço de pelo menos mais dez mosqueteiros e se tornou um único mosqueteiro enorme. O mesmo acontece com o Dois Mosqueteiros.

A Neblina das Cataratas – também chamada de névoa, cerração muda igualmente de comportamento. Ela passa a ocorrer ao longo de todas as Cataratas com tendência a aumentar no fim do dia preenchendo todo o espaço no mirante em frente ao Hotel das Cataratas.  Ontem eu precisava de uma foto do pôr do sol nas Cataratas.  Não consegui a foto que queria. Um dos motivos é que o último ônibus da concessionária Cataratas do Iguaçu sai da Estação Porto Canoas às 18h30. E o sol se põe de vez, para a foto que eu queria, lá pelas 19h ou mais um pouquinho. Um dia consigo. 

Turista muçulmana registra encontro com uma fotogênica gralha


Ver as Cataratas do Iguaçu no pôr do sol é quase como ver outras Cataratas do Iguaçu. A maioria dos visitantes deixa o parque até as 17h. Lá pelas 17h40 começam a aparecer os hóspedes do Hotel das Cataratas, pouco a pouco, um casal de cada vez, não desce muita gente. Alguns casais trazem taças ou cálices de vinho ou champagne, pode ser água também e se põem a esperar que Inti Taita ( O Pai Sol, em quíchua) se ponha. Há crianças que vem direto da piscina para aguardar o Sol se pôr. Tucanos, guaxes, gralhas e urubus dominam o ar cada um de acordo com sua habilidade de negociar o vento. Tucanos e gralhas brigam pelos espaços nobres nos galhos pelados de árvores mais altas. Não sei por quê.       

Um jovem atlético pairava sobre os turistas como um carcará


Não são só as Cataratas que mudam diante dos olhos dos visitantes que permaneçam ao seu lado por uma tarde inteira. Mudam também as pessoas. Por seus próprios motivos Heráclito disse certa vez: “Ninguém pode entrar duas vezes no mesmo rio, pois quando nele se entra novamente, não se encontra as mesmas águas, e o próprio ser já se modificou”. Pois é, as águas que eu vi quando cheguei não eram mais as mesmas quando saí e nem o povo que andava na passarela. 

Quando cheguei havia um colorido de roupas femininas muçulmanas. Não com as cores das roupas de nossas mulheres muçulmanas libanesas lindas locais. Eram os tons da Índia, da Indonésia, Malásia. Sabe-se lá de onde cada uma veio. Mas pelas bolsas e crachás dava para ver que vieram participar do Congresso Latino Americano de Auditoria Interna (CLAI 2018) realizado em Foz do Iguaçu. É um congresso sobre a caça a corruptos – o que não falta no Planeta.

 
Mamãe e o bebê partem para fazer a trilha
Conseguindo realizar a postura sirsasana (Shirshasana) da Yoga
E andando ao lado das horas que passavam, outras pessoas desfilavam nas passarelas. Uma iguaçuense realizava o sonho de praticar yoga em um lugar natural. Conseguiu nas Cataratas do Iguaçu onde realizou um “asana” (postura) de yoga chamado “sirsasana”.  Mas para o final da tarde, o rio de gente que fluía na passarela passou a ser chinês – um grande grupo chinês, seguido por brasileiros e argentinos e casais jovens e idosos cada qual em sua fase da vida. 
 
Violando as regras de segurança, turista dinamarquês observa o por do sol
(mas não viu o tucano)

Em duas ocasiões vi um rapaz moreno, atlético, pousando em lugares proibidos em uma postura que me fez lembrar um carcará. Lá do alto ele observava as Cataratas. Fiz uma foto dele em pé no "corrimão", (guarda-corpo)  pairando sobre os turistas. Isso no caminho de ida, entre o mirante principal da área do hotel, e o elevador. Depois das 17h40 quem se alinhou na frente das Cataratas, esperando o por do sol, foi eu. Preparei minha câmara e fiquei fotografando um pássaro, aqui outro ali e de repente, o jovem atlético aparece, sobe no corrimão, passa para o lado de lá, onde há perigo e se senta para observar as Cataratas cada vez mais dourada. Apoio a máquina para registrar a necessidade de colocar mais placas alertando sobre o perigo de escorregar e cair no rio lá embaixo. Fiz a foto e conferi: foi quando observei que eu tinha conseguido fotografar o jovem atleta e um tucano que voava também perigosamente sobre o cânion do Iguaçu. Não me contive me levantei e me dirigi ao jovem atleta e mostrei-lhe a foto. "Nice capture" - ótima captura, disse o dinamarquês. Aos poucos o encorajei a sair do local perigoso. 

Um comentário:

Jackson Lima disse...

Uma leitora postou como anônimo um comentário que começava com:
"Boa noite. Cheguei ao seu blog quando pesquisei a vazão do rio Iguaçu. Estive nas Cataratas Argentinas sábado 20/10 e fiquei imoressionada com a quantidade de água passsndo por baixo das passarelas..."

Infelizmente tentei publicar a mensagem por celular e terminei excluindo. Agradeço o comentário.