quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

O vandalismo na academia ao ar livre do Morumbi I e eu: isso é um crime

Não é exatamente uma argola mas esse não é o caso

Há mais de um ano me exercito na Academia ao Ar Livre na esquina da rua Eunápio de Queiroz com rua  Batatais no Morumbi I. Pela terceira vez desde a inauguração dela em março de 2017, encontro equipamentos vandalizados. Na primeira, comuniquei à Assessoria de Imprensa da Prefeitura, mandei fotos e pedi que enviassem um carro da secretaria de esportes para levar as peças pois havia o risco de desaparecerem. A assessora e colega Thays Petters agiu rápido e o material foi levado para a secretaria. 

Nesse primeiro caso, parece, os vândalos destruíram o equipamento para levar um rolimã. A peça não foi quebrada. Foi desmontada. Deixaram no chão a peça, um parafuso e uma arruela. Só faltava o rolimã.  Na segunda ocasião, o caso foi mais típico de vandalização. Um pedaço do equipamento foi arrancado. Como se alguém tivesse feito muita força para quebrá-lo.


Cadê a argola daqui?
A terceira ocasião foi na terça-feira, dia 5, deste dezembro de 2018. Cheguei para meus exercícios. Fui primeiro para um simulador de caminhadas onde faço mais de mil movimentos por dia. Máximo 1.300. Comecei com 100 no ano passado. Passei por todas as máquinas até que cheguei em uma que tem três argolas para que o "atleta" possa alongar as costas. Aqui começa a história. Uma das argolas jazia no chão. 

Observando de perto notei que o autor do ataque não havia quebrado nada. Ele havia desparafusado a peça para retirá-la. O parafuso retirado estava no chão ao lado do aparelho. Uma arruela estava a cerca de um metro na grama. Tentei parafusar a peça mas ela não segurava no local. Por quê? Observando as outras argolas e outros instrumentos notei que faltava uma arruela maior. Pensei: "quem fez isso, o fez para retirar a arruela". Sem poder fazer nada, coloquei o parafuso e arruela menor no bolso e fui para casa. Deixei a argola no chão.

Na quarta-feira, (6) de manhã voltei com uma bolsa cor laranja a tiracolo. Dentro dela algumas ferramentas inclusive uma daquelas para trabalhar em bicicletas e R$ 10 no bolso. Fiz meus exercícios. Peguei a peça e coloquei na bolsa. Isso é arriscado. Alguém podia ver e chamar a Guarda Municipal ou PM. Como explicar a posse de uma peça de um equipamento que é bem público em uma bolsa particular. Já podia ver as manchetes no jornal: Idoso senil vandaliza parque de Foz.  Já que ninguém viu, não havia ninguém que eu chamasse para testemunhar, decidi partir rumo à Ferragens Helo Foz - Lojas dos Parafusos na Avenida República Argentina. A pé, como a bolsa laranja isso me levou uns 20 minutos. Na loja, nervoso, pois, e se a GM chegar? me irritei que ninguém me atendia. Logo descubro que a empresa adotou o uso de senha. (chique!) Peguei a senha e como em passo de mágica, um rapaz grita: 635. Mostro a peça, o parafuso, a arruela pequena e peço uma  arruela grande. O rapaz que me atendeu pega a arruela e desaparece para em seguida voltar com duas arruelas. Medimos e decidimos que dava certinho. 


Peça arrancada no segundo episódio de vandalismo*


O rapaz me dá a nota e me dirijo ao caixa. A senhora no caixa é a Karine, filha do Euclides, um amigo de longa data. Entrego a nota. A Karine sorridente como sempre diz: 50  centavos, Jackson. Pedi desculpa pelo valor da compra (pensei que fosse mais) entreguei cinco dos meus dez reais e pensei: não  acredito. "Alguém vandalizou um equipamento público para roubar uma peça de 50 centavos".
Passeio organizado pela E.M. Irio Manganelli e o Wish para divulgar o golf

Volto para o Parque passando pela Escola Municipal Irio Manganelli para encontrar minha filha. Ela estava contente por que havia acabado de voltar do Hotel Wish Golf em uma passeio da escola organizado pelo Wish e os professores de educação física para divulgar o esporte. As crianças adoraram. Avisei que tínhamos de passar na Academia para fazer uma grande coisa. Ao chegar lá, tirei a peça da bolsa. Minha filha se escondeu em baixo da  primeira árvore que apareceu e me avisou: "Pai, eu não te conheço". 


Coloquei a argola no lugar. Coloquei, o parafuso, a arruela um, a arruela dois e apertei com minha chave de bicicleta. Perfeito. Me pendurei. Rodei e não caí. Fiquei feliz. Venci o vandalismo, pelo menos hoje. 


Notas: em todas as ocasiões em que vi equipamentos quebrados, as pessoas que estão por perto fazem comentários  sobre o descaso da Prefeitura. No caso da argola de ontem: "O senhor se pendurou e ela caiu. É uma vergonha, a prefeitura não tem manutenção. Assim não dá". 

No caso em que a peça foi arrancada a força: vê, quanto custou uma máquina dessa com nosso dinheiro?" e no caso da primeira peça: isso não tem nem um ano e veja está caindo sozinho. Um senhor até sugeriu ir ao Ministério Público para questionar a qualidade da academia. 
    
Ocorrência de hoje: parafuso no lugar, mas levaram a arruela de R$ 20 centavos ou menos 

Nota final:
Voltei hoje (quinta-feira, 6). A argola está lá bonitinha no local. Surpresa: mais um parafuso, em outra máquina foi afrouxado. A arruela desta vez uma arruela pequena foi levada. Se a arruela grande custou R$ 50 centavos, essa deve custar R$ 25 ou talvez R$ 10.    
 
Não sei quando este ato foi realizado. mas aqui vemos que o que foi levado foi a "luva" que protege a mão do usuário. 

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