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| Obelisco
/ Marco Principal em Foz do Iguaçu está hoje inserido no Complexo
Turístico Marco das Três Fronteiras que inclui homenagem ao Mundo
Jesuíta e a Cabeza de Vaca, descobridor ocidental das Cataratas |
Quantos Marcos das Três Fronteiras você conhece? Eu conheço dois. O mais conhecido, mais visitado e mais acessível é o Marco das Três Fronteiras em Foz do Iguaçu que marca a fronteira Brasil, Argentina e Paraguai na foz (boca) do rio Iguaçu.
O segundo é o Marco das Três Fronteiras em Itapiranga, Santa Catarina. O marco localizado na foz do rio Peperi-guaçu, ou seja no local onde o rio Peperi-guaçu desemboca no rio Uruguai marcando a divisa entre Brasil e Argentina e entre os estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
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| Marco das Três fronteiras na Foz do rio Peperi-guaçu na fronteira Brasil-Argentina / Santa Catarina / Rio Grande do Sul |
No primeiro, em Foz, se encontram três países, Argentina, Brasil e Paraguai; três estados* Paraná, Misiones e Alto Paraná (Paraguai) e três cidades, Foz do Iguaçu (Brasil, PR), Puerto Iguazú, (Argentina, Mnes) e Presidente Franco, Alto Paraná, Paraguai.
No segundo são, dois países, dois estados e os limites de duas cidades: Itapiranga (SC) e Derrubadas (RS).
Entre Itapiranga (SC) e Foz Iguaçu (PR) a fronteira Brasil-Argentina é feita pelo rio Peperi-guaçu e pelo rio Santo Antonio. Entre as cabeceiras dos dois rios, há cerca de 25 quilômetros de fronteira seca, o equivalente ao trecho entre Barracão e Santo Antônio do Sudoeste.
Entre o Marco de Itapiranga e o Marco de Foz do Iguaçu há vários outros. Um deles se chama Marco Grande da Tríplice Fronteira localizado na Avenida Internacional, na altura do número 575, em Dionísio Cerqueira (SC). No outro lado da calçada está a Avenida Almirante Brown, em Bernardo de Irigoyen, Argentina. Dionísio Cerqueira (SC), Barracão (PR) e Bernardo Irigoyen formam as Três Fronteiras, ou Tríplice Fronteira onde, de novo, três cidades, dois países e três unidades de administração interna se encontram: Paraná, Santa Catarina e Misiones. As três cidades fazem parte da lista brasileira de cidades-gêmeas de fronteira. Neste caso, é mais o caso de ser cidades trigêmeas.
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Antes de Foz do Iguaçu, há mais dois marcos especiais. O primeiro, é na nascente do rio Santo Antônio já dentro dos limite territorial do município de Santo Antônio do Sudoeste, que se encontra águas baixo da nascente. O rio logo marcará a divisa dos dois países sendo franqueado na área urbana por uma Ponte pequena mas Internacional.
Daqui, a fronteira continua em direção à próxima escala: a boca do rio Santo Antônio, o lugar onde o rio Santo Antônio se junta ao rio Iguaçu no município de Capanema. Cada marco brasileiro na boca de rios, possui um espelho no lado argentino. A partir do marco da boca do Santo Antônio, o rio Iguaçu que era 100% brasileiro passa a ser também argentino, 20% argentino em seu lado esquerdo para quem desce. O próximo grande Marco será na foz do rio Iguaçu, em uma ponta do bairro Porto Meira com seu equivalente em Puerto Iguazú no final da Avenida Tres Fronteras e começo da Avenida Costanera, no lado argentino onde se chama Hito de las Tres Fronteras.
Antes de chegar ao seu destino, o local onde o rio Iguaçu mergulhará no rio Paraná, o rio inteiro, vai se contorcer para encaixar no estreito cânion onde receberá o nome de Cataratas do Iguaçu. Assim como um ponto imaginário ou convencionado que marca a fronteira em Itapiranga, Dionísio Cerqueira e Barracão, Capanema e Foz do Iguaçu, a fronteira também tem um ponto exato nas Cataratas do Iguaçu.
A natureza não permitiu que os heroicos demarcadores de fronteira construíssem um marco em algum lugar das Cataratas. Seria loucura. E os demarcadores brasileiros e argentinos, nem tentaram. Após estudar as correntes, as corredeiras envolvidas naquela contorção para entrar no cânion, os homens que demarcaram toda essa fronteira a pé decidiram definir a fronteira em um pequeno salto chamado União ou Unión. Para ver o Salto União é preciso estar no mirante da Garganta do Diabo no lado argentino das Cataratas. Ele fica logo em frente.
Do Marco das Três Fronteiras de Itapiranga até o marco das Três Fronteiras de Foz do Iguaçu, há uma família de marcos. Tanto o Marco das Três Fronteiras catarinense, como o Marco de Capanema e o Marco das Três Fronteiras em Foz do Iguaçu são carregados de simbolismo. Eles não estão na linha de fronteira como os10 marcos principais, 3 secundários, 45 terciários que se encontram no trecho de 25 quilômetros de fronteira seca entre Barracão e Santo Antônio do Oeste descritos acima. Esses marcos, são honoríficos e homenageiam os esforços de brasileiros e argentinos para encontrar uma solução pacífica para o conflito chamado pelos brasileiros de "A questão de Palmas" e pelos argentinos como "A questão de Misiones".
Segundo a Lei da Física ou o princípio da impenetrabilidade, dois corpos não podem ocupar o mesmo espaço. No caso das questões de Palma e Misiones de brasileiros (Palmas) e argentinos (Misiones), os dois países quiseram ocupar o mesmo espaço. Quando falamos de espaço, estamos falando de 33 mil quilômetros quadrados que hoje estão no Oeste de Santa Catarina e no Sudoeste do Paraná. Hoje, repetimos, há nesse espaço 30 municípios paranaenses e 53 catarinenses. (clique A Q U I para conferir os municípios que poderiam ter ficado para a Argentina caso o Brasil tivesse perdido a batalha jurídica)
Notas
*Na
realidade é um estado (PR), uma província (Mnes) e um departamento, Alto
Paraná, Paraguai.
As quatro matérias (links) abaixo complementam esta postagem. Podem não terem sido liberadas ainda
A Questão de Palmas/Misiones por trás do conflito Brasil-Argentina
Continuação: A Questão de Palmas/Misiones
Questão de Palmas: Cidades paranaenses e catarinenses que não existiriam
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