A vazão de água das Cataratas do Iguaçu "engasgou" na casa dos 350 m³ por segundo mas a agonia é do rio Iguaçu inteiro |
(Esta postagem foi feita originalmente no Facebook e foi copiada e colada neste blog)
Uma das principais preocupações do trade turístico de Foz do Iguaçu com relação à nova licitação para concessão de áreas de exploração turística dentro do Parque Nacional é o tempo de vigência do contrato: 30 anos. Mas não precisa se preocupar não. A preocupação deve ser outra. Estudos mostram que a tendência atual é de que as secas e estiagens tenham chegado para ficar. É possível que em 20 anos, as Cataratas estejam secas durante a maior parte do tempo. Podendo até só ser ligada na hora dos turistas chegarem. Isto é 10 anos antes do vencimento da concessão.
As fotos que acompanham esta postagem dão uma ideia da paixão do rio Iguaçu (lembre-se paixão significa sofrimento em termos cristãos). Infelizmente não existe no Paraná uma visão holística geral do rio Iguaçu. Cada um vê seu pedaço. Gostaria de mudar isso. Comecemos!
O rio é dividido em três partes, segundo a visão brasileira: Alto Iguaçu, Médio Iguaçu e Baixo Iguaçu. Há ainda a área chamada BARI que é a Bacia do Alto Rio Iguaçu formada por todas as mini (micro) bacias e afluentes que formarão o rio Iguaçu no Planalto de Curitiba com destaque para a importância de Araucária. Ao longo de todo o trajeto, impera o desmatamento justificado pela necessidade de viver bem, ter qualidade de vida, alimentar a população do mundo e finalmente impulsar o “progresso” (não podemos deixar de lado a ganância). Há legendas para as fotos individualmente. Sem árvores o Iguaçu vai morrer e nós também. As imagens são do Google Earth
As fotos
O
rio Iguaçu ainda na região do Alto Iguaçu, deixando para trás a cidade
de Araucária, Região Metropolitana de Curitiba. Domínio total da
presença humana. Região altamente desmatada. Matas ciliares limitadas ao
mínimo possível ditado por lei
O
Rio Iguaçu ainda serpenteia por áreas de agricultura intensa. A área
ainda no Alto Iguaçu está pronta para receber uma mãozinha humana no
quesito reflorestamento.
Nesta
foto vemos uma espécie de fronteira entre o Alto Iguaçu e o Médio
Iguaçu. Na foto de satélite do Google se vê o rio Iguaçu se
transformando no Reservatório da Usina Foz do Areia, a primeira usina do
trajeto, construída no lugar onde o rio Areia desemboca no Iguaçu.
Destaque aos detalhes do Reservatório da Usina Foz do Areia ou Usina Bento Munhoz da Rocha
O
trecho das Usinas no rio Iguaçu termina com a Usina Baixo Iguaçu, entre
Capitão Leônidas Marques e Capanema, a menos de um quilômetro da
desembocadura do Rio Gonçalves Dias no rio Iguaçu. O rio é a Divisa
entre Capitão Leônidas Marques e o Parque Nacional do Iguaçu. Aqui
começa o trecho final do rio antes das Cataratas dos Iguaçu. Após as
Cataratas, o rio prossegue em direção ao rio Paraná onde está o fenômeno
conhecido como a foz (letra minúscula, sem ofensa) do rio Iguaçu. A
foto deixa ver algumas manchas verdes ou "restinhos" de Mata Atlântica
próximos às Usinas alguns são parques estaduais como o Parque estadual
do Rio Guarani com sede em Três Barras do Paraná. Do lado oposto ao
Parque Nacional do Iguaçu, o rio Iguaçu passa a ser internacional
compartilhado com a Argentina. Finalmente a foto permite ver a
"peladeira" das terras do Paraná. Vemos também o Parque Nacional Iguazu
(Argentina) onde pouco a pouco a "peladeira" está evoluindo.
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