 |
Mara Kosciuk uma iguaçuense descendente dos Peters-Anzoátegui da época da Colônia Militar |
O cep 85851-480 Corresponde a uma pequena via do Centro Velho de Foz do Iguaçu chamada Beco Mathias Peters localizada bem ao lado da Capitania Fluvial do Rio Paraná. A rua não é conhecida do grande público mas, ela honra a memória de um imigrante alemão que nasceu em 26 de agosto de 1863 na pequena cidade de Mönchengladbach na Renânia-Vestfália Norte.
A história conta que Mathias Peters veio para a América do Sul com 32 anos de idade, via Argentina, passando pela cidade de Posadas e pelo antigo Porto de Tucuru-pucú, hoje Hernandarias antes de aportar em Foz do Iguaçu no começo dos anos 1900.
Sua saída da Alemanha foi motivada pela divulgação da fartura de terra que se noticiava sobre o Brasil e também pelas transformações sócio-política-econômicas que passava a Alemanha no final do século 19. Aqui se integrou no contexto da vida dos paraguaios e brasileiros, típicos campesinos que habitavam nesta região.
Mathias Peters era contador e trabalhou como guarda-livros no circuito das casas comerciais da época em pleno ciclo da erva mate. A vida de solteiro, acabou logo. Na terça-feira, 25 de agosto de 1903, casou-se com Cândida Anzoátegui, filha de Juan Anzoategui, cônsul do Paraguai em Foz do Iguaçu. Eu tenho desconfiança que os Anzoáteguia tinham ligação com Hernandarias pos já detectei que há Anzoátegui por lá. Em 1904 o casal já estava em Foz na então Colônia Militar. O casal teve três filhos: Lauro, Nestor e Carlos Magno Hindemburg Peters, todos falecidos.
Mathias Peters foi vereador em Foz do Iguaçu de 1916 a 1920, e na condição de parlamentar dotado de conhecimentos técnicos contribuiu no campo tributário, contábil e, principalmente, nas formulações de ideias que transformou a Vila Iguassu em Município em 1914, auxiliando assim nas legislaturas, inclusive naquela em que se oficializou o atual nome da cidade, passando a chamar-se a partir de 1918 de Foz do Iguaçu.
Mathias Peters e Candida Anzoategui construíram uma casa na Avenida Jorge Schimmelpfeng que passou a ser o ponto de encontro dos amigos alemães Frederico Engel, Jorge Schimmelpfeng, Cristiano Weirich, August Werner e outros bem como o inglês George (Jorge Samwais).
Mathias Peters foi sepultado em 29 de julho de 1948, no Mausoléu da Família Peters, Quadra 1, no cemitério São João Batista em Foz do Iguaçu. Netas e netos de Mathias Peters moram em Foz do Iguaçu e contribuíram com essa pesquisa da história dos 200 anos da imigração alemã no Brasil*.
A visão da família Peters é a de que os historiadores em suas publicações não se aprofundaram sobre o nome de Mathias Peters, assim como tantos outros, talvez por sua característica tímida e elegante de não querer se fazer notar.
O profesor Adilson Pasini, da Unioeste, casado com uma bisneta de Peters. disse que a família espera que pela sua notória e efetiva participação para o surgimento do município no início do século passado, os atuais governantes reconheçam a sua história homenageando-o como o verdadeiro e ilustre cidadão pioneiro de Foz do Iguaçu que foi.
 |
No fim da rua, a Torre de Água de Mönchengladbach. Ainda é uma Caixa d'água municipal (Foto da Trip Advisror) |
Notas
O senhor Mathias Peters saiu da Alemanha e de sua pequena cidade, do seu vale, como dizem os paraguaios sem ver duas coias. Primeiro, a criação do time Borusia Mönchegladbach fundado em 1900 e a Mönchengladbach Wasserturm de 1909. A palavra grande não é nada mais que a Torre de Água da cidade, um dos ogulhos da cidade do Mathias Peters.
Este texto fez parte de ua série escrita para relembrar a história de imigrantes alemães em Foz do Iguaçu e outras cidades de SC e RS para ajudar na comemoraão dos 200 anos da imigração alemã 1824 -2024. Mas, inflrizmente não cheguei a lugar nenhum por que começaram a soprar os demoníacos ventos de guerra. Escolhi Mathias Peters e Kurt Schorottky para fazer minha homenagem pessoal.