quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Monumento a Santos Dumont no Parque Nacional do Iguaçu. Ainda está faltando uma placa nele

Jovem visitante diante do monumento (Clique nas fotos para ampliar)




O monumento dedicado a Santos Dumont, localizado no final da trilha das Cataratas do Iguaçu, é identificado por três placas. Mas falta uma. A primeira tem uma frase: “As alturas não me intimidam” A frase foi dita por Santos Dumont no dia 24 de abril de 1916 nas Cataratas. O motivo da frase é que Santos Dumont, adentrou o mato pela trilha improvisada, subiu no tronco de uma árvore que a enxurrada havia trazido e avançou se equilibrando.

 



A primeira placa: não tenho medo de altura

 

A parte da raiz estava enroscada em uma pedra e o corpo da árvore se estendia por cima do abismo e dava uma boa visão das Cataratas para quem tivesse coragem. Santos Dumont tinha. Por isso a frase em reposta aos apelos de “cuidado, é muito alto, o senhor pode cair”. 

A segunda placa: recado a quem interessar

A segunda placa é outra frase também dita por Santos Dumont na mesma data: “Poso dizer-lhe, Frederico Engel, que estas maravilhas em torno das Cataratas não podem continuar a pertencer a um particular”. A data é 25 de abril de 1916 e Frederico Engel era o pai de Elfrida que aparece no próximo parágrafo.

Terceira placa: o Sonho de Elvira

A terceira placa diz: “Com esta estátua o sonho de Elfrida E.N.Rios, pioneira da cidade, tornou-se realidade”. A placa foi colocada no lugar no dia 25 de maio de 1978. A data foi escolhida a dedo pois marcava o 68º aniversário da passagem de Santos Dumont por Foz do Iguaçu, pelas Cataratas e pela fronteira. 

Quarta Placa


Falta uma quarta placa explicando aos visitantes por que Santos Dumont mereceu um monumento no interior do Parque nacional do Iguaçu? Uma placa que explique o que Santos Dumont tem a ver com o Parque Nacional que tem sede em Foz do Iguaçu? Os visitantes merecem a explicação solene com todo o peso inerente ao bronze. As autoridades devem isso ao público, a Santos Dumont e aos visitantes.

A explicação pode começar de onde a placa número dois parou. Quer dizer, na parte em que o ilustre visitante e herói nacional Santos Dumont, assegurou a Frederico que aquelas maravilhas não poderiam continuar a pertencer a uma pessoa particular. Até então as Cataratas do Iguaçu ou saltos de Santa Maria do Iguaçu ou ainda Salto Grande do Iguaçu estavam dentro de uma propriedade privada que media 1.008 hectares. 

Na futura placa pode-se terminar a frase acrescentando, as palavras de Santos Dumont, “Vou a Curitiba falar com o presidente”. No outro dia ele partiu a cavalo em direção a Curitiba via Guarapuava e  Ponta Grossa. Em Curitiba, foi recebido como um herói e em audiência com o presidente (governador), cobrou providências para que as Cataratas e seu entorno deixassem de ser uma propriedade privada e que fossem acessível a todos os brasileiros e gente de todo o mundo. Em julho de 1924, o presidente assinou o decreto que desapropriou as terras que haviam sido concedidas pelo Ministério da Guerra ao espanhol Jesus Val. 

Aí está o embrião do futuro Parque Nacional do Iguaçu e Santos Dumont passa a ser reconhecido como o Pai da Criança, o Pai do Parque Nacional do Iguaçu (Tem gente dizendo "pai das Cataratas", cuidado, ninguém tem cacife pra isso). Aí está o motivo do monumento a Santos Dumont dentro do Parque Nacional do Iguaçu. O aviador, meteorologista, inventor, pesquisador ganhou  o direito de estar no Livro de Registro de méritos por contribuir para a conservação da natureza ao redor das Cataratas.   


Moral da história:

Está na hora de fazer uma vaquinha para financiar a quarta placa. É necessário o apoio do ICMBio, Cataratas do Iguaçu S.A., Secretaria de Turismo, Visit Iguassu, CT Itaipu e comum idade. É uma questão de respeito aos milhões de visitantes que já visitaram às Cataratas e saíram sem saber a história completa do monumento. A futura quarta placa pode dizer: 

  "Vou a Curitiba falar com o presidente"

Este monumento é uma homenagem a Santos Dumont que após visitá-las em 1916, usou sua influência para convencer o então presidente do Paraná, Affonso Camargo a desapropriar a área de terras ao redor das Cataratas do Iguaçu que até então estava dentro de uma propriedade particular". 

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