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quinta-feira, 20 de abril de 2023

MISSA RECORDA OS 100 ANOS DA EXPEDIÇÃO DE TADEUSZ CHROSTOWSKI

Para recordação (Kiko Sierich)

Dois padres celebram a missa. Coroinhas são bisnetos de um dos homenageados e vieram de Curitiba


Voluntários lutam pela reconstrução do monumento que ficava no túmulo do naturalista polonês, patrono da ornitologia paranaense, enterrado dentro do Parque Nacional do Iguaçu.



O que aconteceu em Foz do Iguaçu no sábado dia 15 de abril de 2023, entre as 18h e 21 horas, na Paróquia Bom Jesus do Migrante, bairro Vila Portes, foi muito especial. 

Na prática era para ser só uma missa para celebrar a vida de um naturalista polonês chamado Tadeusz Chrostowski que realizou três expedições ao Paraná para fazer um levantamento da fauna, flora, da diversidade deste estado brasileiro. Infelizmente ele foi  surpreendido pela morte, vítima de malária, no segundo ano de sua terceira viagem ao Paraná. 

A morte de Chrostowski aconteceu na quarta-feira, 4 de abril de 1923 na precária instalação de apoio da linha de telégrafo ao longo da histórica Estrada Estratégica onde morava o caseiro identificado por Tadeusz  Jaszewski, naturalista responsável pelos registros da expedição, como Pedro de Paula Marins (também chamado Pedro Castellano).  O local se chamava Pinheirihos  a 72 quilômetros de Foz do Iguaçu. 

Jovens da Paróquia de Virmond (PR) entram na Igreja em trajes típicos portando a padroeira da Polônia (Marcos Labanca)

Em 1923 as terras às margens da Estrada Estratégica (Estrada Guarapuava- Foz do Iguaçu) ainda não estavam no Parque Nacional do Iguaçu. Porém o Parque estava em gestação desde 1919 quando o Governo do Paraná adquiriu as 1.028 hectares ao redor das Cataratas do Iguaçu, terras que haviam sido doadas ao colono Jesús Val pela Colônia Militar do Iguaçu. Em 1934, onze anos após a morte dele, a União Central Polonesa ergeu um monumento ao naturalista no local de seu sepultamento. O Parque só foi criado em 1939 embora desde 1931 o Governo Federal já tinha assinado decreto separando terras devolutas para a ampliação do Parque Nacional o que aconteceu finalmente em 1044 e 1947,   o que definitivamente colocou o túmulo de Chrostowski e remanescentes da antiga  Pinheirinhos dentro do Parque Nacional do Iguaçu. 

Mini expedição ao Túmulo 

Izabelle Ferrari, Jackson Lima, Kathlen Ferrari, Maurício Dezordi, Fernando Straube, Rodrigo Becker e Ana Paula Caron no túmulo do naturalista (I. Ferrari)

Depois desta introdução podemos relembrar o que aconteceu no dia 15 de abril de 2023. Logo pela manhã foi realizada  uma visita às ruínas do túmulo com autorização do Parque Nacional do Iguaçu / ICMBio concedida ao professor Maurício Dezordi residente em Medianeira que encontrou o túmulo em 2021. 

A visita ao túmulo teve a companhia do biógrafo de  Tadeusz Chrostowskim o pesquisador Fernando Costa Straube e a esposa, a bióloga Ana Paula Caron. Estiveram também a jornalista Izabelle Ferrari e a pedagoga, Kathlen Ferrari, o empresário Rodrigo Becker esposo de Izabelle e este "blogger". 

A Missa    

Uma missa em homenagem a um naturalista polonês que na sua primeira viagem ao Brasil  veio como imigrante, construiu uma casa de madeira, plantou uma  roça e fez um apiário. Logo descobriu que a dedicação simultânea à agruicultura e à pesquisa não se complementavam. 

A missa foi apropriadamente realizada na Paróquia Bom Jesus do Migrante localizada em um bairro de Foz do Iguaçu (Vila Portes) - a poucos quilômetros da cabeceira da Ponte Internacional da Amizade às portas do Paraguai. Uma região que nasceu de um loteamento criado por uma familia também em alguma época imigrante. A Vila, desde seu começo atraiu sulistas de diversas descendências, libaneses, paraguaios, argentinos, brasileiros de todo o Brasil  que quer como empreendedores ou empregados se dedicaram ao   comércio com o Paraguai, uma área de grande movimentação de viajantes, compristas, migrantes, exportadores, importadores, carga e descarga de caminhões,  logística e desafios de migração. 

Foi uma missa celebrada por dois padres. O padre Albino Matei. de descendência italiana, falante de "Talian" e nascido no Rio Grande do Sul, foi pároco em várias locais no Paraguai para atender as nascentes comunidades de "brasiguaios". O padre visitante, Zdzislaw Malczewski, veio de Porto Alegre. A pedido do padre Albino, ele foi feito o celebrante oficial e o padre Albino co-celebrou. Dez pessoas vieram de Virmond, cidade no Paraná a quase meio caminho entre Foz do Iguaçu e Curitiba. Virmond foi colonizada por poloneses e teve em comum com Foz do Iguaçu a presença do padre Guilherme Thieleczek o primeiro prelado do Oeste do Paraná na época tudo parte do gigantesco município de Foz do Iguaçu. Oito dos virmondenses lembraram a cultura entrando na igreja com roupas típicas da Polônia e portando a bandeira do país de seus avós, o brasão da Polônia a imagem de Nossa Senhora de Monte Claro, a Virgem Negra. 

O encontro de herdeiros do legado do naturalista cuja obra principal conhecida tem a ver com os pássaros também foi emocionante. Estiveram presentes representantes de instituições ou empresas como o Parque das Aves, o Refúgio Biológico de Itaipu, o Centro de Falcoaria e do Grupo de Observadores de Aves de Foz do Iguaçu. A presença ainda do professor e historiador Maurício Dezordi de Madianeira que que encontrou e levantou material sobre o túmulo do naturalista. Ele trouxe parte da lápide original que foi apresentada como ofertório  durante a missa.  

O encontro de todos esses profissionais com o pesquisador de ornitologia e autor prolífico sobre o tema no Paraná, Fernando Costa Straube e a esposa também bióloga Ana Paula Caron foi uma amostra do sucesso do evento, reunir pessoas que pudessem dar continuidade ao esforço de não deixar que Tadeusz Chrostowski, sua expedição, seus companheiros e seus estudos sejam esquecidos.     

Pesquisador Fernando Straube: "Que essa celebração nos traga o passado como uma reflexão para o futuro".

Em suas palavras na paroquia, Straube lembrou da dívida importante que se estende não somente àqueles que reconhecem o legado deixado por essas pessoas formidáveis. "Refiro-me aqui à memória daqueles que ofereceram sua própria vida ao pouco que ainda conhecemos sobre a nossa natureza". Straube encerrou dizendo: "Que esse celebração nos traga o passado como uma reflexão para o futuro".

Durante a missa os padres mantiveram o mesmo raciocínio apresentando Chrostowski e seus companheiros como exemplo de quem dedicou sua vida para entender a natureza e permaneceram firmes no propósito e graças a eles o Paraná tem hoje um lugar privilegiado na ornitologia brasileira. 

E para coroar a atmosfera  de reflexão e agradecimento,  Stan Borecki Neto, neto de Stanisław Borecki,  o taxidermista da expedição dirigiu de Curitiba até Foz do Iguaçu acompanhado da esposa e filhos para estar presentes à Missa.

A família expôs no ofertório  uma bússola e um relógio do taxidermista Borecki ambos usados na viagem. Nas preces lidas na cerimônia, fizeram parte pedidos pelas almas dos migrantes poloneses Tadeusz Chrostowski, Tadeusz Jaczewski e Estanislau Borecki, e por todos os que acreditaram na missão que eles vieram desenvolver no Brasil, 100 anos atrás. E pediu pelos descendentes das famílias Chrostowski, Jaczewski e Borecki, "para que sigam honrando o legado deixado por seus antepassados".

Mas as surpresas não pararam por aí. O coro e banda cantou a canção oficial da devoção da Padroeira da Polônia "Czarna Madonna" em polonês. E ainda por cima me fizeram cantar junto. A língua polonesa sofreu. Por fim os padres pediram aos presentes que se juntassem à banda para cantar o Parabéns ao neto de Stanislaw Borecki que celebrava o aniversário na data da missa que ficará na história. Houve um grande aplauso generalizdo onde todos aplausiram a todos. Foi uma missa inesquecível. 


quinta-feira, 1 de setembro de 2022

Borboletas do Parque Nacional do Iguaçu e região internacional do entorno

 

Uma borboleta 88 da família Nymphalidae do gênero Diaethria no dedo de um visitante das Cataratas do Iguaçu, Parque nacional do Iguaçu deixando ver detalhes de cores e os padrões que formam o 88 no lado exterior da asa 

(Material publicado no site do Visit Iguassu  em 28 de janeiro de 2020, aqui republicado para adicionar fotos de exemplares de borboletas para republicação) 

Há pelo menos 18.682 espécies de borboletas no mundo. Dessas, 3.280 espécies estão no Brasil. O Parque Nacional do Iguaçu serve de abrigo para cerca de 800 espécies, das quais só 257 foram devidamente identificadas. O pesquisador argentino Ezequiel Núñez Bustos catalogou 653 espécies para o Parque Nacional Iguazú, Argentina.

Mas ainda há trabalho a fazer, pois algumas áreas do parque ficaram fora da pesquisa. Nesta altura, você pode estar perguntando: esses números, para os parques nacionais Iguaçu/Iguazú, são muito ou pouco? São significantes. Basta lembrar que a Europa inteira tem 244 espécies de borboletas.

É cada vez mais comum os viajantes mencionarem as borboletas das Cataratas do Iguaçu como uma das grandes atrações da região. Há comentários de visitantes em sites como o Trip Advisor, em que afirmam que as borboletas, em si, já seriam motivo para a criação dos Parques Nacionais que levam o nome do rio Iguaçu, um em cada lado da fronteira.

quinta-feira, 17 de junho de 2021

Pressão pelo Asfaltamento da Rodovia do Colono foi o que levou ao fechamento

Roberto Ribas Lange (1948 - 1993) - esolhido por só-deus-sabe-quem para ser o símbolo dos ecologistas contrários à rodovia dentro do parque 

O ano era 1986. Estava em andamento o processo final para a declaração do Parque Nacional do Iguaçu como Patrimônio Mundial pela Unesco, a pedido do Governo Brasileiro. Vale lembrar que a Unesco - Organização das Nações Unidas para a Ciência e Educação, não declara nada por conta própria e aleatoriamente. É necessário que os países membros da Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural ofereçam sugestões de lugares especiais com valores universais para ser parte da Lista do Patrimônio Mundial Natural (destaque para sitios naturais do Brasil).

A reportagem, reproduzida abaixo é de uma entrevista-enquete estilo ping pong, publicada em 27 de junho daquele ano. O título do Patrimônio para o Parque saiu no dia 17 de novembro de 1986. O movimento ocorreu na tentativa de impedir o fechamento da rodovia e desta forma, frustar a declaração.    

O que os empresários de Medianeira enxergaram, foi o fato de que, se a Rodovia do Colono fosse fechada, quem lucraria com isso seria Cascavel, que já se atribuia o título de Capital do Oeste. Todo o trânsito do Sul do Brasil em direção ao Oeste do Paraná passava pela Rodovia. Com o fechamento quem iria se beneficiar era a Estrada estadual que estava sendo preparada para um dia ser a BR-163, cuja implementação foi concluída com êxito há pouco. Durante anos, a Rodovia paranaense se chamou PRT-163 o que significa Rodovia Paranaense em Transição. A guerra original era por rodovias e contrária ao avanço da importância de Cascavel e da BR-163 que no final venceram. 

O fechamento da Rodovia do Colono era o fim do sonho da PR-495 como uma estrada que ligava o Sudoeste e o Oeste do Paraná, de Capanema em direção à Missal e Santa Helena via Serranópolis do Iguaçu e Medianeira.

PRT-163 trecho Capitão Leônidas Marques - Realeza. Pista única e mato no acostamento


Depois de Cascavel, Medianeira tinha um papel importante como encruzilhada no trânsito Norte-Sul do Brasil. Em Cascavel, que desde o começo começou com a vocação de encruzilhada (Um dos nomes originais do assentamento que originou Cascavel era "Encruzilhada dos Gomes") ainda nos 70, aproveitando de sua localização estratégica, foi fundada a empresa EUCATUR, um império rodoviário que liga Cascavel aos maiores centros do Rio Grande do Sul e do Rio Grande do Sul via Cascavel às terras novas de Rondônia e Mato Grosso. Até recentemente, era um sucesso as linhas da EUCATUR  também no Amazonas ligando Manaus, Boa Vista a Caracas na Venezuela. 

PRT-163 em Capitão Leônidas Marques. Foto Valter "Billy" Pereira tirada de paramotor (veja nota e fotos sobre BR-163 em duplicação neste blog). O termo PRT foi mudado para PRC - Rodovia Estadual Coincidente

Ainda em Cascavel  foi fundada em 1983 a Viação Nossa Senhora de Medianeira, em homenagen à padroeira da cidade de Medianeira. A    empresa Medianeira que competia com a ideia de Cascavel potência criando linhas como a famosa e saudosa (para quem usou esta linha nos primórdios) Porto Alegre - Guaratã do Norte que no caminho servia parte o Mato Grosso do Sul, Mato Grosso e Pará. Vale destacar que medianeira é uma palavra que significa alguém que está no meio e faz interseção por alguém, em sentido religioso lembrando o papel de Nossa Senhora Medianeira entre os homens e seu filho nos céus.
Veja abaixo, trechos da enquete feita pelo jornal Nosso Tempo em 1986 para entender não só o posicionamento do empresariado de Capanema como o contexto da época em relação à estradas e rodagens.  

Destaque
Enquete completa

 

O biólogo Roberto Ribas Lange

Roberto Ribas Lange foi funcionário da Itaipu Binacional e parte importante da equipe que cuidou das ações ambientais do empreendimento tendo participação especial na formulação dos Refúgios Biológicos de Itaipu e por isso tendo sido homenageado pela Binacional, após sua morte em 1993, dando seu nome ao Zoológico do Refúgio Biológico Bela Vista da Itaipu Binacional. É também nome do Parque Estadual Roberto Ribas Lange em terras dos municípios de Antonina e Morretes na Serra do Mar.  O nome dele aparece também na denominação do Parque Nacional Saint Hilaire / Lange com sede em Matinhos  também na Mata Atlântica da Serra do Mar / Litoral. Ele foi vereador em Foz do Iguaçu.

Uma das ameaças ao biólogo: até os testículos do profissional foi alvo

 

Lange morreu no rio Iguaçu durante trabalhos de reconhecimento do rio como parte do Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da futura Usina Hidrelétrica Salto Caxias, pertencente à Copel com sede em Capitão Leònidas Marques.   

quarta-feira, 9 de setembro de 2020

Monumento a Santos Dumont no Parque Nacional do Iguaçu. Ainda está faltando uma placa nele

Jovem visitante diante do monumento (Clique nas fotos para ampliar)




O monumento dedicado a Santos Dumont, localizado no final da trilha das Cataratas do Iguaçu, é identificado por três placas. Mas falta uma. A primeira tem uma frase: “As alturas não me intimidam” A frase foi dita por Santos Dumont no dia 24 de abril de 1916 nas Cataratas. O motivo da frase é que Santos Dumont, adentrou o mato pela trilha improvisada, subiu no tronco de uma árvore que a enxurrada havia trazido e avançou se equilibrando.

 



A primeira placa: não tenho medo de altura

quarta-feira, 5 de agosto de 2020

Documentos de Cartório sobre a venda das Terras de Jesús Val para o Governo do Paraná

O Blog de Foz compartilha a história desses documentos tão importantes para a história do Parque Nacional do Iguaçu, de Foz do Iguaçu , do Paraná e do Brasil. Clique nas fotos para ampliar.

Jesús Val designa o Doutor solicitador* Antonio Joaquim Alves como seu procurador




Em 2003 viajei a Curitiba em uma  jornada de pesquisa e levantamento de documentos sobre Jesus Val, um ser que sumiu da história de Foz do Iguaçu e das Três Fronteiras. Em Foz ainda é lembrado pejorativamente. Em Puerto Iguazú nem isso. Um personagem influente nos primeiros passos do turismo. Nas Três Fronteiras, Jesus Val foi ativo tanto no lado argentino como no lado brasileiro. Ele é citado em diversos registros de expedições como sendo o homem que organizava as incursões até as Cataratas por terra e por rio.

Ele foi trazido para a fronteira por Leandro Arrechea parte de um dos grupos empresariais que controlavam a navegação fluvial no trecho Posadas, Argentina e Porto Mendes, Brasil. As empresas transportavam cargas e passageiros na direção Posadas-Porto Mendes e no retorno embarcavam erva-mate até Posadas onde a carga era transbordada para seguir viagem a Buenos Aires. Arrechea, que além de agente de navegação, empresário, representante da Lei, construiu o primeiro estabelecimento hoteleiro.

quinta-feira, 28 de setembro de 2017

Que Parque Nacional do Iguaçu queremos? Boa pergunta

Programação - Click na imagem para ampliar

Quem vai falar?  Click na imagem para ampliar

O Parque Nacional do Iguaçu (PNI) realiza o Fórum de Uso Público e Conservação para debater os desafios e aspirações dos atores locais e regionais alinhados às características e potencialidades da Unidade de Conservação (UC) Federal, de 4 a 6 de outubro, em Foz do Iguaçu. Sob a coordenação técnica do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), o fórum receberá palestrantes nacionais e internacionais para dialogar com a sociedade sobre temas como: perspectivas dos parques nacionais, planejamento de uso público, interface entre visitação e fauna silvestre, turismo sustentável, e integração regional de base comunitária.

sexta-feira, 6 de janeiro de 2017

Visitar as Cataratas do Iguaçu a partir de fevereiro vai pesar mais no bolso

Tabela do Parque Nacional lado brasileiro

Atenção viajantes! Agentes de viagem e operadores. Um presente de 2017 para todos. A partir de 1º de fevereiro a entrada ao Parque Nacional do Iguaçu (Brasil) vai ficar mais cara. No lado argentino, a mesma coisa acontece em 1º de março. O aumento argentino é total está fechado. O aumento brasileiro é só a parte da remuneração da concessionária. Não inclui o aumento da parte do ICMBio (federal), aquela que a concessionária cobra e repassa para o Tesouro Nacional. Isso significa que vai haver outro aumento no ano. Confira as notas as assessorias e veja as tabelas: 

quinta-feira, 7 de março de 2013

Parques Nacionais Iguaçu / Iguazú assimetria administrativa Brasil-Argentina

Transporte Único na Área Cataratas no Parque Nacional Iguazú [Foto Robert J-Loeb]

Meio de Transporte Único - As lideranças do turismo de Foz do Iguaçu sabem que um dia, a entrada de veículos da frota do turismo local no Parque Nacional do Iguaçu será proibida. Escutei em várias conversas que além de estar cientes disso, o "trade" como se chama o setor organizado  está disposto a aceitar a interdição, a proibição. A única imposição é que seja estabelecido um verdadeiro novo sistema de transporte único no interior do Parque Nacional do Iguaçu. O setor quer que o "modelo" seja bem diferente do que há hoje. Querem um sistema que seja em si uma "atração turística" ou "atrativo turístico". O Parque Nacional Iguazú, no lado Argentino, resolveu este problema sem trauma desde o início. No quesito "transporte interno único", os argentinos optaram por um trem. Nao é um trem grande, tipo as composições da ALL - All American Logistics. É um trenzinho baixo, lúdico, diferente e só deus sabe onde os argentinos conseguriam o trenzinho que recebeu o nome de "Tren Ecologico de la Selva". Não estou aqui para julgar se o trenzinho é ecológico. Não é um trenzinho elétrico e silencioso. É, pelo contrário, bem barulhento e funciona a óleo diesel*. Todo o problema com o trade de Iguazú foi resolvido. Os concessionários construíram a estrutura que inclui Centro de Visitantes / Interpretação, estação de embarque do trenzinho além de uma trilha que pode ser feita por quem quer ir a pé. O que Foz do Iguaçu tem que fazer agora é brigar pela instalação de um meio de transporte ambientalmente decente. Isto é silencioso, baixo impacto, poluição zero, bonito e que seja capaz de fazer os turistas colocarem a cabeça na janela para aparecer bem na foto. Neste caso, Foz do Iguaçu tem obrigação com o resto do Brasil para não permitir que o modelo de gestão do Parque Nacional do Iguaçu seja implantado cegamente nos outros Parques Nacionais do Brasil. Foz tem que cobrar a criação de um modelo de gestão discutido nas esferas ambiental, política e social. O Plano de Gestão do PNI pecou por não levar em consideração que Foz do Iguaçu - uma cidade com mais de 200 mil pessoas existia no entorno. Digo que o modelo de gestão que hoje domina o Plano de Manejo na área de visitação e negócios é um modelo criado em Curitiba pela Superintendência do Ibama no estado com a participação de 16 pessoas. É necessário agora levar este debate a um nível nacional e não ter medo de chegar ao Congresso Nacional.   

Ruta 101 - Estrada que cruza trecho do PNI / Argentina
Estrada do Colono versus RN 101 ou Projeto Ruta Paisaje 101 **

O Parque Nacional Iguazú, Argentina, é cortado por uma estrada não asfaltada, sem acostamento, velocidade controlada,  vigiada pela Gendarmería Nacional, na entrada e na saída dela, que liga a região das Cataratas à cidade de Andresito na fronteira com o Paraná, (Capanema]. É a estrada que os brasileiros do Oeste e do Sudoeste do Paraná usam para viajar de Capanema a Foz sem ter que dar a volta por Cascavel. O Capanemense consegue chegar em Foz do Iguaçu em menos de duas horas e vindo devagar. Se chover, a viagem pode não ser possível. A Estrada aparece como a RN 101. Agora há um projeto de pequena melhora para que seja transitada o ano todo mas sem asfalto. Tanto a RN 101 como a Estrada do Colono existiam na época em que nossos países, Brasil e Argentina, ofereceram os Parques Nacionais Iguaçu / Iguazú como Patrimônios Mundiais Naturais. Infelizmente, nós os brasleiros gostamos de tudo grande, largo e caro. A Estrada do Colono era oficialmente uma estrada paranaense que vivia em paz com o meio ambiente, com os ativistas ambientais e protetores da Natureza pelo menos até que o Governo do Paraná (DER) inventou de anunciar o afaltamento da estrada e sua transfomação em uma estrada paranense como tantas outras. Foi isso que levou aos pedidos na Justiça para que a Estrada não só não fosse asfaltada mas fechada. Anos mais tarde, após fechamentos, reaberturas, invasões e ocupação, as populações locais  conseguiram reabrir a estrada. Na época o discurso dos que reabriram era que a estrada seria usada como uma estrada-parque, para uso de veículos pequenos, manutenção de vínculos entre as famílias separadas pelo parque e outras boas intenções. Contudo, não demorou muito, a estrada começou a ficar cada vez mais larga e passou a ser utilizada por caminhões, jamantas e comboios de ônibus de compristas que usavam a estrada para diminuir o trajeto entre Foz do Iguaçu e cidades gaúchas. Esse capítulo terminou com o re-fechamento da estrada e dinamitação da balsa usada para a travessia dos veículos. 

  * Corrigindo! Fui informado que não é "diesel" mas sim GLP (Gás liquefeito   de petróleo). Obrigado Valmor!
** Projeto Estrada Paisagem / Estrada Paisagística



       

domingo, 18 de novembro de 2012

Residências no Parque Nacional do Iguaçu, lindas mas irregulares

O Programa Meu Paraná da RPC-TV Paraná apresentou ontem uma área do Parque Nacional do Iguaçu que só é usufruída pelos moradores da Unidade de Conservação; aqueles que têm o privilégio de abrir a porta de manhã e dar de cara com "A Natureza". Para ser mais específico - a área em questão é aquela que o zoneamento do PNI, de acordo com o Plano de Manejo classifica como Zona de Uso Especial. E para que serve?

"É aquela que contém as áreas necessárias à administração, à manutenção e aos serviços do Parque, abrangendo habitações, oficinas e outros. Tais áreas serão escolhidas e controladas de forma a não conflitarem com seu caráter natural e devem localizar-se, sempre que possível, na periferia do Parque Nacional".  (7.3.7]

Para quem não sabe, lembro, que o Plano de Manejo é o documento que rege uma Unidade de Conservação. É também aquele documento que ordena o fechamento do PNI para o transporte de passageiros dentro do parque por veículos de particulares e agências; que mandou fechar a Estrada do Colono e que vai levar à mais restrições, no futuro próximo, que incluirão redução de visitantes e o reordenamento do turismo como Foz do Iguaçu entende hoje. Pois bem,uma das normas desse mesmo Plano de Manejo, para a questão das casas de funcionários e servidores do Parque Nacional, é de que está proibida a construção de mais casas  além das que já existiam na data em que o estudo foi realizado.  

"Não poderão ser construídas novas residências nessa Zona" - reza o PM no 7.3.7.4 (Encarte 7 - Encarte do Planejamento 

O privilégio de quem mora alí vai além do privilégio de ver "a natureza". É o privilégio de violar o Plano de Manejo. Após a vigência desse documento, casas foram construídas violando o velho Plano de Manejo do Parque Nacional do Iguaçu, inclusive a que foi mostrada no programa Meu Paraná.
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segunda-feira, 5 de abril de 2010

Museu de variedades do Blog de Foz



Eu tenho uma sessão a ser organizada no blog que se chama Por que Foz do Iguaçu não tem? Não tem o quê? Entre outras coisas, destaquei para abordar: Museus, Teatro, Feira Hippie e outras. Quando digo museu, me refiro a museu de iniciativa da cidade, do município, de associações de bairros, de empresários, de índivíduos. Não estou falando do Ecomuseu de Itaipu que nos deixa orgulhosos mas é de iniciativa da Itaipu. Poderíamos ter museus de muito mais coisas.Esta semana, um novo museu na China foi notícia no mundo anglofônico. 

O chinês Fan Jianchuan está aceitando indicações dos internautas de grandes nomes e casos na China para serem parte do acervo do mais novo museu chinês que ficará em Sichuan: O Museu da Corrupção. Com isso não estou dando indireta a ninguém. Já poderíamos ter em Foz: Museu Gaúcho, Museu do Barrageiro, Museu da Imigração Libanesa, Museu do Turismo, Museu do Colono ou da Colonização e muitos outros. 


O Blog de Foz já está me dando ideia do meu museu. Coloco aqui na categoria turismo uma das primeira peças: o ingresso da visita inaugural às Cataratas do Iguaçu. Apresento as fotos, frente e verso, do meu ingresso que foi válido do dia 17.12.2000 ao dia 17.02.2000. Na verdade válidos poucas horas. No dia se inaugurou o transporte coletivo interno do PNI. A primeira viagem dos ônibus double deck da Cataratas S.A. Os passageiros foram um grupo de jornalistas de Foz que haviam ganho duas diárias no Hotel Bourbon a convite da direção por sugestão da assessoria de Sônia Poltronieri da Agência Leon!

Nota: corrijo possível injustiça! Destaco a Holoteca do CEAEC! Mas de novo não é uma iniciativa da cidade!