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quinta-feira, 23 de setembro de 2010

Turismo na Tri-Fron - nomes e lembranças de 113 anos

A foto acima é da página 8 do Caderno de Turismo publicada ontem, quarta-feira, 22, n'A Gzeta do Iguaçu. Não sei por quê mas o título que me pareceu interessante foi este:


O Turismo da fronteira não começou ontem e nem nasceu em chocadeira

O tenente Edmundo Xavier de Barros que administrou a Colônia Militar do Iguassú por pelo menos três anos é um dos nomes mais importantes para o turismo de Foz do Iguaçu e da região – especialmente com o lado argentino. Foi ele o responsável pela divulgação da existência de uma trilha que ligava o Porto na região do Porto Meira até as Cataratas. Era uma trilha ervateira – criada para facilitar a exploração da erva mate e o trânsito de peões (mensus) e trabalhadores em geral.

Em 1897, chegou ao porto da Colônia Militar um barco argentino chamado Cometa. O comandante do Cometa, capitão Jordan Hummel conversou largamente com Edmundo de Barros. No encontro, o tenente contou a Hummel sobre a picada até as Cataratas. O marujo do rio, levou o segredo consigo até Posadas. Dias depois ele contou a história para o governador da Província, então território, de Misiones, Juan Miguel Lanusse.

Três anos depois, há registro, Lanusse chega à fronteira com uma equipe. A maioria não chegou a ver as Cataratas pois não quiseram fazer todo o caminho pelo mato. Alguns heróis tentaram e conseguiram. Foi nessa viagem que veio abordo uma mulher rica, patrocinadora das artes e patriota argentina, chamada Victória Aguirre. Ela nunca chegou às Cataratas mas fez uma contribuição em dinheiro para a abertura de uma picada parecida em Puerto Iguazú.

Lanusse não parou por aí. Pôs na cabeça que teria que desenvolver o “turismo” na região. Foi à Buenos Aires para convencer ao magnata da navegação no Prata, Nicolas Mihanovich a criar uma linha turística para as Cataratas do Iguaçu. Mihanovich que é outro nome importante no turismo na região que vai do Estuário do Prata até as Cataratas, topou.

O turismo na fronteira estava nascendo. O governador Lanusse fez o que os governos de hoje chamam de “atrair a iniciativa privada” para aproveitar as oportunidades de negócios. A preferência foi dada aos empresários de Trincheira de San José – o nome antigo de Posadas.

Lazaro Gibaja dono de vapores que viajavam entre Posadas, Argentina e Porto Mendes, hoje às margens do Lago de Itaipu. Lázaro Gibaja abriu um hotel às margens do rio Iguaçu. O administrador e meio sócio escolhido por Gibaja foi Leandro Arrechea. Por sua vez Arrechea contou com a mão de obra especializada de Jesus Val para tocar o que tinha direito a se chamar de “unidade” ou filial nas Cataratas do Iguaçu, lado argentino. O gerente da unidade no cafundó onde estavam as Cataratas se chamava Sandálio Rodríguez.

Muito tempo depois, já nos anos 20, o americano Burton Holmes – o pai dos guias de viagem – foi hóspede no Gran Hotel de Arrechea em Puerto Aguirre. Ele se hospedou na unidade de selva onde vivia e sofria o pobre Sandálio Rodríguez. Holmes registrou um pouco da irresponsabilidade de Arrechea que mandava turistas sem comida, sem água e sem provisões. Sandálio Rodriguez se suicidou um dia por não agüentar mais o descaso do patrão. Outro hóspede famoso das duas unidades hoteleiras do Gran Hotel foi Alberto Santos Dumont em 1916.

Quando Alberto Santos Dumont chegou à fronteira em sua histórica mas pouco conhecida viagem de 1916, ele conheceu os quatro experimentos hoteleiros existentes na fronteira argentino-brasileira. Em Foz do Iguaçu ele se hospedou no centro da cidade no Hotel de Frederico Engel e também na “unidade de selva” do empreendimento. Foi nessa viagem que ele escutou a noticia de que as Cataratas estavam em área particular.

Quando Santos Dumont esteve nas Cataratas, a área já pertencia Jesus Val – aquele que veio para tocar os hotéis de Lázaro Gibaja com Leandro Arrechea. Jesus Val recebeu o título de propriedade da área oficialmente via Ministério da Guerra e 5ª Brigada de Curitiba da qual ainda hoje Foz do Iguaçu é parte. Tudo feito legalmente.

Graças àquela intervenção de Santos Dumont em Curitiba, o Paraná conseguiu fazer a primeira desapropriação de uma área de interesse público. Em 1919, Jesus Val finalmente recebe a indenização do Governo do Paraná. E o turismo entra em novas etapas. Mas vai ser na década de 30 após a criação dos Parques Nacionais que o turismo da região vai ter mais novidades.

domingo, 4 de julho de 2010

TriFron na Copa: foi melhor assim

Esqueça os 192 milhões de brasileiros, os 40 milhões de argentinos e os 6 milhões de paraguaios. Quero que você se concentre nos cerca de 800 mil, talvez mais, talvez menos, que vivem na região denominada de Tríplice Fronteira, que sempre se chamou de Três fronteiras e eu para evitar chamo de Tri-Fron ou Trifon. E daí falo sobre como a copa foi vivida neste encontro – até pouco tempo longínquo - dos três países. Aqui, os paraguaios são maioria – basta ver que CDE é uma região metropolitana, ponha aí uns 600 mil! Foz do Iguaçu tem 320 mil e Puerto Iguazú, até pouco tempo bucólica mas que já está explodindo e que caminha para 100 mil – logo, logo!

Durante os 23 dias de copa em que nossos países estiveram, lá, os cantinhos fronteiriços sonhavam, se insultavam, confraternizavam, mentiam, juravam fidelidades e prometiam que ganhasse quem ganhasse a a TriFron deveria sair dessa campeã.
Mas quando o Brasil saiu da copa mandado para casa pelos descendentes de Maurício de Nassau, houve festa em Puerto Iguazú e houve festa em Ciudad del Este. No outro dia, saiu a Argentina. Eu não vi festa pela desgraça argentina, esportivamente falando, no lado brasileiro. O que eu vi foi muita gente dizendo que iria torcer pelo Paraguai. Não entendo mas vi pouquíssimas bandeiras argentinas em Foz. Eu mesmo não tenho uma, vou comprar. Na hora da verdade não tenho bandeira nenhuma. Porém, a albirroja (vermelha e branca) paraguaia estava por toda a parte. Mas daí o Paraguai saiu também.

Foi melhor assim. Falo do resultado das quartas de final da Copa 2010. Por mais de 20 dias estivemos lá, em ordem alfabética: Argentina, Brasil e Paraguai. Deixando o resto do Brasil de lado, bem como o resto do Paraguai e de resto da Argentina, tivemos a oportunidade de sentir que as Três Fronteiras estavam na Copa. Hoje, as Três Fronteiras não está mais lá. De um a um, deixamos a África do Sul. Primeiro o Brasil, logo a Argentina e por fim o Paraguai. Todos fizeram o seu papel e deram o melhor de si. O Paraguai lutou bravamente até o fim. Mas isso é coisa para os especialistas em futebol.

O que eu sei é que hoje aqui na TriFron, o tempo está quente. Um inverno atípico. Sopra o vento do norte e a humidade está baixa. Muita gente gripada. Dei uma andada na rua. Vi uma boa quantidade de bandeiras paraguaias na frente de casas. As bandeiras brasileiras, não foram escondidas. Vi churrascos tri. Na casa de uma vizinha minha, paraguaia, havia umas 15 pessoas. Na hora que passei uma história estava sendo contada – em espanhol, português e guarani de uma só vez. Mas não era história sobre a copa. Um colega argentino, nem tocou no assunto. Os brasileiros de Foz estavam pensando em Cruzeiro, São Paulo, Foz FC. Silêncio. A fronteira faz o que mais sabe fazer, silenciar, negar e sofrer.

A tristeza da Tri Fron foi compartilhada. Em dois dias, lágrimas de paraguaios da TriFron, de argentinos de Puerto Iguazú, de Brasileiros de Foz davam para ter enchido uma piscina. Dá para entender quando choramos porque morreu um parente, a cachorrinha de estimação, porque foi embora o amor. Mas como entender o choro causado pela dor de perder a copa de futebol três vezes em 24 horas? Não é a copa da vida? Não é uma "copa de vinho" sagrado.

A TriFron me mostrou uma estranha beleza escondida no choro. Chorar e compartilhar o choro! Esta foi a coisa boa da Copa 2010, para mim, morador sofredor da TriFron. Em 2014 haverá mais. Porém duvido que esse alinhamento ocorra, de novo!

E se um de nós tivesse ganho? O Presidente Lula emplacaria uma reforma qualquer, enfiaria, na minha goela, mais uma hidrelétrica, contra a minha vontade, e anunciaria uma Usina Atômica no Nordeste; a presidenta Cristina Kirchner enfiaria goela abaixo uma lei qualquer de preferencia contra o aposentado argentino e o Paraguai? O que faria o presidente Lugo? Foi melhor assim.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

As Sete (Piscinas) Maravilhas das Três Fronteiras: Amerian Portal del Iguazu (III)



Foto divulgacão
Eu tenho foto própria da piscina do Amerian Portal del Iguazu Hotel em Puerto Iguazú, Argentina. Como não gosto de usar foto de divulgação, assim que encontrar as fotos vou substituir as fotos acima. O que eu quero evitar é o "truque" dos profissionais de publicidade. As fotos mostram o que faz da piscina do Amerian uma das "Sete Maravilhas das Três Fronteiras" na categoria Piscinas. O ponto forte é que ela está exatamente no encontro de dois rios (iguaçu e Paraná) e dos três países: Argentina, Brasil e Paraguai. Até aqui apresentei as três piscinas que vi e fotografei. Agora, é necessário que você indique alguma outras. Não é necessário ser de hotel. Pode ser de clube, residência, condomínio, prédios, escolas, academias e devem ter algo especial.

domingo, 19 de julho de 2009

PF testa VANT nas Três Fronteiras! Não se assuste!





A grande noticia já saiu nos jornais, TV, panfletos e já ecoou além das fronteiras. Eu só estou me metendo nesse assunto porque eu li em vários meios e fui levado a enteder que VANT é uma marca. Não é. VANT signfica Veículo Aéreo Não Tripulado. Prefiro o nome em inglês Unmanned Aereal Vehicle ou UAV. O verbo "tripular" em inglês é "to man". O que me parece mais humano visto que "man" significa homem. A preocupação de quem bolou os veículos "unmanned" - ou não tripulados era o de proteger a vida dos pilotos ou, ainda em outras palavras "homens" (ou mulheres, que já estão voando por aí).

O que é de deixar a todos de bocas abertas é o fato de que há uma verdadeira corrida na área dessas aeronaves. Em 2008 saiu em publicações especializadas que Brasil e Africa do Sul estavam planejando a construção de VANTs (tipo Denel Bateleur MALE)* em conjunto. Esses veículos são de todos os tamanhos. Há aqueles utilizados por forças de todos os países guerreiros como EUA, Israel e não tão guerreiros como o Canadá e agora começa o Brasil com a Polícia Federal no combate ao contrabando aqui nas Três Fronteiras (É importante ão assustar aos vizinhos especialmente à população).

Há de todos os tamanhos. A primeira foto mostra um VANT das indústrias Denel da Africa do Sul com as características do israelense, possivelmente um Heron que está sendo testado aqui; a segunda mostra um VANT portátil sendo lançado por um soldado também israelense. A terceira foto mostra um UAV do estilo pesadão mais na linha do que a PF está testando. Clicando aqui você vai assistir um video que mostra a Feira Internacional (2007) da Associação Internacional dessa área. Veja este outro "comercial" dos VANTs da IAI (Industrias Aeroespaciais de Israel.

A palavra MALE que aparece com um asterisco é a sigla de "medium-altitude long-endurance" que quer dizer que voa a altitude mediana com grande capacidade de ficar no ar por muito tempo - geralmente entre 20 e 24 horas. Parece ser o caso do VANT da PF aqui na Fronteira.

Na prática qualquer aeromodelo é um veículo aéreo não-tripulado. E o uso desse veículo nem sempre é militar ou policial. A indústria já providenciou usos civis para sua máquinas. POr US$ 10 mil a empresa CropCam já vende UAVs / VANTs portáteis para serem utilizados por agricultores para gerenciamento de suas propriedades. Claro que isso não inclui os laptop, softwares e outros periféricos para fazer funcionar a coisa. O congresso 2009 do mundo dos VANTs será o mês que vem em Washignton, EUA.