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domingo, 15 de outubro de 2023

Yabuticaba Mercadito de la Selva um empreendimento com gosto de "atrativo" já está aberto

Yabuticaba Mercadito de la Selva. Calle (Rua) Hipólito Irigoyen, 386

Os diferentes níveis do empreendimento

Como se diz na linguagem do turismo, Puerto Iguazu acaba de ganhar um novo atrativo. Foi inaugurado nesta segunda-feira, 9, um empreendimento que ganhou o nome de  Yabuticaba Mercadito de la Selva. O nome vale o quanto pesa. Foi inspirado em uma árvore centenária de jaboticaba presente no terreno. E o mercadito é exatamente isso. Há várias sublocações a empresas da cidade que mantêm aí suas filiais e onde se consegue desde verduras, frutas, erva mate, temperos e outros artigos.  

O mercadito é um empreendimento multiespaço que ocupa um terreno arborizado, daí vem a palavra "selva" preservado da Mata Atlântica ou Bosque Misionero como se diz em espanhol.  Tudo isso nas proximidades do Cassino ,,, na área central de Puerto Iguazu. 

O Mercadito de la Selva idealizado pela empresária Patricia Durán tem três andares que se aconchega no no declive do terreno. O primeiro andar no nível da rua, é o Mercadito em si. 

No andar de cima, está um espaço gastronômico com capacidade de atender grupos turísticos, jantares corporativos e festivos e confraternização com cardápio assinado pelo chefe Diogo Irato e equipe. O terceiro nível está abaixo do primeiro, é a área arborizada onde há diversos ambientes entre eles um "asador" cercado por lugres agradáveis para receber pequenos grupos.

A nova experiência da fronteira foi idealizada  pela empresária Patricia Durán presente no setor de turismo e hotelaria. A inauguração contou com a presença de autoridades como o governador de Misiones, Oscar Herrera Ahuad e o ministro de turismo da Província, José María Arrúa. O prefeito de Puerto Iguazu, Claudio Filippa também esteve presente. Os três falaram sobre a importância dos investimentos e das parcerias entre as iniciativas governamentais e privadas e lembraram os esforços da cidade em se preparar para receber turistas gerando empregos para a população local. 

A empresária Patricia Durán, agradeceu a confiança de diversas empresas que aderiram ao projeto sublocando áreas internas para a venda e divulgação de seus produtos. Entre eles está o Matebar que tem loja no centro da cidade e tem presença no Mercadito de la Selva. A marca de alfajores Cachafaz também se juntou ao projeto junto com diferentes empresas dedicadas ao vinho argentino.

O evento de inauguração também foi prestigiado poo empresários e autoridades do turismo de Foz do Iguaçu. O presidente do Visit Iguassu, Felipe Gonzalez e a diretora executiva Elaine Tenerello; Fernando Martin, Enio Eidt  além de  jornalistas iguaçuenses convidados. 

Galeria de fotos abaixo: 


O centenário "pé de Jaboticaba" que deu nome ao "Yabuticaba Mercadito de la Selva" 

Governador de Misiones, Oscar Herrera Ahuad, o ministro de turismo da Província, José María Arrúa e a empresária Patricia Durán

Prefeito de Puerto Iguazu, Claudio Filippa


Ideia dos diferentes níveis do estabelecimento





Um dos espaços aconchegantes  

Matebar e Yerbateca

Variedade de ervas produzidas na província

Variedades de alfajor

Um dos espaços variados de vinho



quarta-feira, 18 de junho de 2014

Já que Foz é adulta, vamos revisar essa história: erva-mate, uruguaios, bascos e maçons

A administração autônoma de Foz do Iguaçu já tem 100 anos. Já estamos a caminho dos 200 anos. Agora que passou a febre das celebrações gostaria de chamar a atenção dos amantes da história (não necessariamente os historiadores) para a visão unilateral e nacionalista nossa quanto aos "argentinos" que dominaram o comércio e o transporte da erva mate antes, durante e após a Colônia Militar. A maioria daqueles que nós chamamos somente de argentinos era de descendência ou nacionalidade espanhola; a maioria era etnicamente basca. Muitos haviam nascido ou morado no Uruguai e terminaram em Posadas (Misiones), quando ela ainda se chamava Trinchera de San José, graças à Guerra da Triplice Aliança. 
Leandro Arrechea (Filho) 
Foto do livro de Burton Holmes (1917)
Um deles era o basco-espanhol Alfonso de Arrechea que chegou em Trinchera de San José, em 1869. Ele veio de Maldonado no Uruguai. Segundo informações de várias fontes argentinas, Alfonso Arrechea era fornecedor do exército uruguaio durante a guerra. O Brasil também tinha base em Posadas e seus fornecedores. Anos depois, e já na "bonanza" do mate, o filho dele, Leandro Fidel Arrechea, abriu o primeiro hotel em Puerto Iguazú (então Puerto Aguirre). No lado argentino das Cataratas há uma queda chamada Salto Arrechea em homenagem a ele.

Com o patriarca Arrechea, Dom Alfonso, vieram a mulher dele, a brasileira, Horlanda Machado e os filhos Antonio, Alfonso II  (o futuro hoteleiro), Luis, Epifanio e Luisa. Em Posadas nasceram Leandro), Amelia, Floriano, Vicente, César Augusto e Fidel. Dois outros bascos vieram com ele: Juan Francisco Goicoechea e Joaquim Aramburu. O Francisco Goicoechea se fixou mais tarde no lado brasileiro e consta nos registros de viajantes brasileiros da época. Assim vejo que os argentinos não eram o "bicho papão" que fomos ensinados a pintar hoje.

Domingos Barthe, um dos maiores proprietários de terra no que hoje é o Oeste do Paraná também era basco mas diferente dos Arrechea, Barthe era francês de nascimento. Ele foi, segundo publicações argentinas, o homem mais rico de Misiones (Argentina). Outros nomes também eram bascos, como os Gibajas da empresa Núñez y Gibaja e até Jesús Val, trazido para a fronteira por Arrechea. Jesús Val que aparece registrado na Colônia Militar como Espanhol, segundo a moda tinha algum tipo de documento argentino e possivelmente também nacionalidade uruguaia. 

Outros bascos importantes com presença na região foi Domingo Arrayagaray e Martín Errecaborde que compraram as terras onde hoje se encontra o Parque Nacional do Iguazú. Foi Arrayagaray quem vendeu ao governo argentino as terras para a criação do Parque Nacional Iguazú. A importância dos bascos na região é grande. Outro fato que me chama a atenção é que a região deve muito a outro grupo social que ajudou a formar a indústria da erva mate e a base para o crescimento da região. Falo da maçonaria e não aleatoriamente. Me refiro a Logia Roque Perez de Posadas fundada em 1879. Sem ela, a vida de Posadas e da região teria sido bem mais difícil.      


Finalmente chamo a atenção para a coexistência da indústria da erva mate com o turismo. Peço licença para discordar e sugerir que no ciclo da erva mate estava contido o turismo cujo ciclo está longe de terminar. O capitão Edmundo de Barros, o governador de Misiones, os capitães de barcos todos mantinham conversações 'especulatórias' sobre o turismo e deram os primeiros passos. O primeiro hotel na Argentina estava ligado aos primeiros hotéis em Foz do Iguaçu. Voltaremos ao assunto!