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segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Um problema fronteiriço muito sério: os índios

“Nosotros, los pocos que quedamos, nosotros todos, los abandonados, queremos que se nos conozca como los que hacen florecer la tierra”.
Mensaje de la Nación Jeguakáva tenonde porãngue’i (Mbya) a la sociedad. Fonte Blog Guapoy

Foto cortesia Nicolás Pousthomis, da Cooperativa de Fotógrafos Sub

Se você é um turista brasileiro que toda vez que escuta falar de Paraguai canta a música "India teus Cabelos...", aviso o seguinte: não chame nunca uma paraguaia de india. Ela não gosta! No Brasil, às vezes gostamos de dizer que temos sangue de índio e ilustramos: "minha vó era índia, foi pega no laço". O Paraguai gosta de chamar-se de "Terra Guarani". Mas isso não quer dizer de índio guarani. Cada um dos três lados da fronteira tem uma ideia romântica mas irreal do índio. Os três têm problemas. Vejamos.

Exemplo um: Foz do Iguaçu, Brasil. Situação: terra liberada. Não há índio guarani que se diga dono. Aqui não é terra guarani. Eles vieram do Paraguai. Aqui sempre foi terra de ... de quem? É uma abordagem brutal, a nossa. A tera liberadada de indios permitiu nosso progresso. ¡Gracias!

Exemplo dois: Alto Paraná, Paraguai. Foi o útlimo lado a promover a última caçada (literalmente) de índio - "guayaki" - (nome real aché). Por causalidade a música India no Paraguai - "India bella mezcla de diosa y pantera... tem una fantasia romântica com os guayakis - cujo nome real. Os últimos casos de eliminaçáo física de índios para liberar as terras para a especulação imobiliária datam dos anos 70. Daí veio fartura de terras que nós brasileiros compramos e criamos o "brasiguaio". Há guaranis de várias "parcialidades" (tribos) perambulando pelas ruas e lixões do Alto Paraná. Problema sério!

Exemplo três: Província de Misiones, Argentina. É a área que mais tem remanescente de guaranis e especialmente mbyá guarani. São 90 povos. Cerca de 5 mil pessoas. O governo de Misiones tem um funcionariso especial para assutos guarani. Puerto Iguazú - estamos chegando - tem duas populações (aldeias). Yryapu e Mbororé. Segundo entrevista e denúncia feita pelo jornalista Claudio Salvador a uma radio de La Plata e à revista Indy Midia, a densidade demográfica dos Mbyá em Yryapu é 5 vezes maior que a do resto da província. A densidade de Mbororé é 18 vezes maior.

Problema atual
A Argentina está no olho do furacão. O mundo está de olho para ver como a relação entre Mbyas e o Condomínio Hoteleiro deluxo cnstruido em metade das terras indígenas (300 hectares) vai ser resolvido. Os índios conseguiram em 2005 a documentação de posse de 63o hectares. Logo o Governo da Província propôs usar quase a metade para atrair investimentos e capitais. O problema é que algumas famílias Mbyá armaram suas choças bem na estrada de acesso aos hotéis, poluindo, como denunciou um guia de turismo à Radio Cataratas a "imagem turística" da região. Salvador, e cada vez mais gente, acredita que os índios levaram a pior parte pois eles não recebem benefício nenhum do turismo. Tipo: royalties, compensação entre outras. É corda bamba. Hoje se fala muito de responsabilidade social, sustentabilidade, economia solidária e outras novas idéias. Funciona entre os índios o Projeto MATE (Modelo Argentino de Trabajo y Empleo). O verdadeiro modelo argentio é o que o mundo espera ver. Leia a reportagem, escute o audio disponível no final da página. Este é um mundo complexo e estamos quase no Dia do Turismo!

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

A Hegemenonia de Foz acabou I

A garagem da Crucero del Norte em Puerto Iguazu

A palavra hegemonia, no meu Dicionário Houaiss da língua portuguesa, tem cinco significados. Vou ficar com o significado dois: “supremacia, influência preponderante (exercida por cidade, povo, país etc)”. A hegemonia de Foz do Iguaçu nas Três fronteiras acabou. Até pouco tempo atrás, um ano por exemplo, Foz do Iguaçu era a maior e mais “desenvolvida” cidade da Tri-Fron. Não mais. Puerto Iguazu está vindo com tudo. Ontem, um colega meu dizia: “Foz tem 320 mil habitantes. Ciudad del Este tem 300”. De novo, não mais.

Esqueça CDE sozinha. Primeiro, CDE é a cidade com o maior status da TriFron. Falo de hierarquia de cidades. Ela é capital de Departamento. O par dela é Curitiba e não Foz. Lá tem prefeito e governador. Duas esferas do poder. O prefeito, ou melhor a prefeita, de CDE, conversa com o prefeito de Foz, no mesmo nível. Já o governador do Alto Paraná cujo palácio está em CDE, conversa no mesmo nível com o governador do Paraná. Ou com o governador de Misiones que fica em Pousadas. Esqueça essa história de CDE com 300 mil habitantes. CDE é cabeça de uma região metropolitana que tem 600 mil habitantes ou mais e deve começar a planejar tudo em conjunto com 11 municípios. Fique de olho no estardalhaço que vai acontecer no lado paraguaio em questão de estradas e ligação metropolitana!

Antes para viver a noite, os argentinos vinham de fila para os bares, restaurantes e até bordéis – hoje os bordéis estão em baixa. Hoje ainda vêm, quem quer. Mas nós também vamos lá e muita gente. Há uma democracia no ar. Só atrapalha quando as autoridades migratórias, aduaneiras ou sanitárias inventam uma “requisa”. Ou quando o excesso de sucesso, faz fechar um bar – como La Barranca! Lembra? Por isso, a vida noturna está migrando para CDE. Caetano Veloso veio, e outros artistas virão para a noite “estense”.

Puerto Iguazu explodiu. Eu já falei dos hotéis, dos spas, da rodoviária, vou falar um pouquinho sobre ônibus. Todo mundo sabe que eu só fã de uma empresa chamada Crucero del Norte – os ônibus com as melhores poltronas da América do Sul. A Crucero del Norte, para o desespero dos proprietários de veículos de transportes para locação e qualquer outra espécie de transporte de ônibus, está construindo a maior garagem de ônibus das Três Fronteiras. Garagem com oficina, controle de tráfego, escritórios. Tudo! Parece que a Crucero del Norte vai tentar preencher uma lacuna. E tem a ver com as confusões documentais dos órgãos oficiais. O pepino (problema) é que a maioria dos ônibus que transportam turistas em Puerto Iguazu não teriam todos os papéis necessários. Parece que em Misiones, as exigências documentais são enormes. Aí entra a Crucero del Norte.

sábado, 16 de maio de 2009

Experiência interessante: Tres jornalistas da Tri-Fron em Foz


A jornalista e apresentadora Judit Vitores do Canal 7 de Buenos Aires, programa diário Los Argentinos esteve ontem em Foz do Iguaçu. A pauta da apresentadora, nascida em Misiones foi conversar com jornalistas dos três lados da fronteira para saber como cada um via o seu trabalho e o que é viver na fronteira.

"Quero depoimentos pessoais", disse Judit. Assim, nos encontramos na Churrascaria Rafain, o jornalista Claudio Salvador de Puerto Iguazú e Andrés Colman do jornal Última Hora, sucursal Ciudad del Este e eu da Rede Jackson Lima de Blogs (Ah,ah). Como diretor de redação, Colman trouxe a jornalista Sofia Masi para cobrir a cobertura de Judit Vitores. Assim em certa hora todo mundo foi entrevistado e entrevistador. Participou desta primeira tentativa de ver a fronteria por olhos de jornalistas da fronteira, o arquiteto Nilson Rafagnin. Ele aproveitou para falar do Parque Tri-Nacional que ele propõe como parte do Projeto Águas Grandes. Nilson já trabalha nesse projeto há pelo menos 17 anos. Logo volto a falar dele. Gravamos depoimentos na Praça do Mitre, no Centro e até no último andar do Edifício Solar dos Girasóis - um prédio alto na JK que oferece visão total das Três Fronteiras. "Este é o ponto mais elevado setentrional do Sul do Brasil", disse o Nilson Rafagnin.

Uhm! pensei! Repita isso Nilson: ele repetiu e houve risos geral. Eu vou dar uma geral nesse "Sententrional do Sul" para entender e assim que eu entenda divulgo os resultados. Aguardem mais informações sobre este encontro. O Claudio Salvador é também o presidente da Associação dos Trabalhadores da Imprensa de Puerto Iguazú e pertence a uma rede de jornalismo que está sendo formada em Misiones. Logo volto com fotos - assim que Sofia Masi me envie!

A blogosfera dos envolvidos:
Bicho do mato - blog do Claudio Salvador
Judit Vitores - Blog da Judit
Andres Colman e Colman Gutierrez - Blogs do Colman
Territorio Digital - Jornal de Misiones / Claudio Salvador
Ultima Hora - jornal / Jornal paraguaio / Andrés Colman e Sofia Masi