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quinta-feira, 25 de setembro de 2014

E as araras vermelhas voltarão a voar nos céus do Iguaçu?

Parece que estou sonhando
com a paz que o céu retrata,
ao ver araras em bando
pintando de azul a mata!...
Aquelas imagens usadas em catálogos de turismo que mostram araras vermelhas e tucanos voando sobre as Cataratas do Iguaçu; bugios e onças espichadas em galhos de árvores que se espreguiçam  na frente das Cataratas são parcialmente verdadeiras.  Tucanos e araçaris ainda podem ser vistos voando na área de influência das Cataratas, junto com guaxos e gralhas e os admiráveis, incomparáveis e imbatíveis taperuçus de cascata. Já os bugios, as onças junto com as antas e outros animas maiores bateram retirada – mesmo que ainda existam, é perigoso demais para eles, afinal, não se pode confiar em humanos.

Quanto as araras vermelhas que ainda voam sobre as Cataratas dentro dos folhetos e panfletos turísticos,  é pura mentira e quase falsa ideologia ou pelo menos propaganda enganosa.  Faz muita tempo que arara vermelha não voa sobre Foz do Iguaçu, sobre todo o Oeste do Paraná. Porém há uma possibilidade de ver as araras vermelhas voltarem a  peitar os  ventos dessas paragens e voltar a voar sobre o Parque Nacional do Iguaçu. Pode levar tempo, mas é possível. 

O sonho existe na forma de projeto, primeiro no coração de Anna Croukamp do Parque das Aves e sua equipe liderada por Yara Barros, a bióloga da casa. Reintroduzir a arara azul no seu habitat natural no que resta da Mata Atlântica no Oeste do Paraná, leia-se Parque Nacional do Iguaçu / Iguazú e no futuro, já que araras voam, em outras áreas adjuntas que podem ser Argentina e Paraguai é tanto um sonho como um desafio.  

Um desafio porque há uma parte burocrática a ser vencida, há todo  um universo  de questões técnicas e cientificas a ser vencido e há, o mais difícil, todo um trabalho de “divulgação do trabalho”, de conscientização  das comunidades de toda a região do entorno do Parque Nacional do Iguaçu, do entorno do Lago de Itaipu para que as novas ocupantes dos céus não sejam alvo de chumbinhos, cartuchos ou balas. Para que não sejam perseguidas quando elas, em voo, decidam ruidosamente fazer escalas em sítios, chácaras e propriedades das populações vizinhas. Para que não voltem a ser caçadas. Ver as araras vermelhas de volta nos céus do Paraná é muito mais difícil do que fazê-las povoar as páginas coloridas de catálogos, revistas e folhetos de divulgação turística.  

Falta pouco. São necessárias algumas autorizações, ajustes porque quando se trata de reintroduzir uma espécie de volta em seu habitat, há muito que levar em consideração inclusive a questão genética e saúde entre outras. O Parque das Aves é um desses lugares onde a iniciativa privada tem trabalhado bem. Os turistas não podem e não devem, ou pelo menos não deveriam reclamar do preço do ingresso. Aqui é um daqueles poucos lugares onde o turismo está ajudando, custeando, bancando pesquisas, oferecendo espaço para acolhimento de aves permitindo também a educação ambiental e o lazer - que é o que o visitante, turista ou morador está consciente que paga. Tudo sem custar um centavo público. 

domingo, 17 de agosto de 2008

Como dizer Cataratas do Iguaçu em 33 idiomas?

Não faz muito tempo houve um movimento em Foz do Iguaçu para mudar o nome da cidade. Foz do Iguaçu passaria a chamar-se Foz do Iguassu. As justificativas foram muitas. A primeira é que facilitaria a pronúncia para o estrangeiro. Que estrangeiro? A segunda desculpa era que estaríamos resgatando a história da cidade que no início e na época se escrevia com dois "ss".

Para contribuir com essa discussão e dar uma idéia da maravilhosa diversidade lingüística compartilho, abaixo, exemplos de como se escreve ou se grafa "Cataratas do Iguaçu" em vários idiomas que utilizam alfabetos, abujads, silabários, ideogramas e outros signos diferentes. É mais para matar o tempo - ou para o tempo me matar e para usar e abusar da acessibilidade trazida pela internet. Estou feliz de viver nesta época. Quero agradecer a muitas pessoas que disponibilizaram material na internet. Agradeço também a pessoas que visitam Foz do Iguaçu e me ajudaram na pronúncia da palavra. No caso do árabe agradeço aos doutores Ali M. Al-Binali da Arábia Saudita e Abdel Elrahman do Qatar. Agradeço também ao doutor Zvi Wiezman pela pronúncia do hebraico. Acrescento que linguas como o inglês, alemão, sueco, norueguês, holandês, italiano etc todas as formas de grafia do Iguaçu são usadas dependendo do interesse e ligação do autor. Uns escrevem no estilo argentino (Iguazú) outros no estilo atualmente inglês (iguassu) e outros usam a maneira portuguesa (Iguaçu). Muitos jornais de lingua inglesa grafam Iguaçu Falls (BBC, por exemplo) quando se refere ao lado brasileiro das Cataratas.

Confira a lista

1.Cataratas do Iguaçu (português)
2.Cataratas del Iguazú (español)
3.Cataratas do Iguazú (Galego)
4.伊瓜苏瀑布 (chinês - Iguasu Pú Bú)
5.Cascades de l'Iguaçú (Catalão)
6.이과수 폭포 (coreano - Iguasu Po-Po)
7.イグアスの滝 (japonês - Iguasu no taki)
8.Iguassu Falls (inglês)
9.Chororo Yguazu (guarani)*
اگوازو آبشار.10(persa)**
11.Chutes d'Iguaçu (Francês)
12.(Árabe - Shallalat Iguasu)** شلالات ايغواسو
13.Водопады Игуасу (Russo - Vadopadi Iguasu)
14.Thác Iguazu (Vietnamês)
اگوازو آبشار.15(Urdu - Paquistão)**
16.Водоспад Іґуасу (Vadaspad Iguasu - ucraniano)
17.น้ำตกอีกวาซู (tailandês)
18.இகுவாசு அருவி (Tâmil)
19.Iguassufallen (Sueco)
20.Iguassun putoukset (finlandês)
21.Slapovi Iguazú (Esloveno)
22.Wodospad Iguaçu (polonês)
23.Iguaçu-fossene (Norueguês)
24.Igvasu krioklys (Lituano)
מפלי איגואסו.25 (Hebraico - Mapalim Iguasu)**
26.Cascate dell'Iguazú (Italiano)
27.Air terjun Iguazu (Bahasa indonésio)
28.Iguaçuwatervallen (Holandês)
29.Iguassu-Wasserfälle (Alemão)
30.Iguazu ur-jauziak (Vasco - Euskara)
31.Akvofalo Igŭacuo (Esperanto)
32.Rhaeadrau Iguazú (Cymraeg - Galês)
33.Iguazú-vízesés (Húngaro)

Notas

* Chororó (Chololó) em guarani é conhecida dos brasileiros. Lembra da música de ninar que diz: "eu fui ao 'itororó' bebê água e não achei...? Bem "tororó" ou itororó é uma derivação do guarani. Não me atrevo a dizer se é uma corruptela ou não. Quem sou eu? De qualquer maneira, Itororó e Chororó significam Cachoeira". Mas aviso que Cataratas do Iguaçu é um assunto muito complicado. Essa tendência de separar o rio, as águas, os saltos é européia. Não é guarani. Assim, Iguaçu, Yguazu ou seja lá como for não é tão simplemente trauzido como Agua Grande. Um lago, um rio, muita água na frente tudo é Iguaçu. É possível que o guarani não pense em "Chororó Yguaçu" ou que o faça somente quando estiver traduzindo de nossa maneira de ver para a dele. Além disso, outras palavras para Chororó são Ytu-Saingó, Ytu etc.

Mais uma notinha: o português é muito rico em palavras para Cataratas, cachoeiras, saltos, quedas, Caichão e muitas outras entre elas CATADUPAS, que se encontra no hino de Foz do Iguaçu: Catadupas, surgi da Neblina! Tem mais!!!!

** O árabe, o urdu, pushto, persa (farsi) e o hebraico se escrevem na direção contrária, i.e. da direita para a esquerda.

Foz do Iguaçu e a Terra das Coisas das Águas




Volte a este espaço. Logo acrescentarei mais fotos de coisas das águas.

Em 1998 escrevi meu primeiro livro. O primeiro de dois. Se chamava Na Terra das Muitas Águas. O título se originou pela observação de que a região de Foz do Iguaçu é muito rica em águas. Temos águas nas Cataratas do Iguaçu, nos rios Paranaá e Iguaçu, no Lago de Itaipu mas também inúmeros pequenos rios, riachos, olhos d´água, nascentes e muitas cachoeiras. Na Terra que tem as Cataratas do Iguaçu onde falamos de tantos saltos - dizem que são 175 - e de alturas na faixa dos 80 metros, Foz do Iguaçu tem centenas de cachoeiras de meio metro, um metro, no fundo dos terrenos, em chácaras. Infelizmente, nossas águas não estão sadias. Estamos matando ou já matamos nossas águas, nossas muitas águas. Os rios do tipo Mboicy e Monjolo estão em estado deplorável de conservação. Não sei se isso é bom ou ruim para o nosso currículo coletivo. Daí, o nome do livro dedicado às muitas águas.

Eu havia escutado o termo ligado à Guiana, quer dizer a República Cooperativa da Guiana. Guiana significa "Terra das Muitas Águas". Na verdade, Guiana não se refere somente à Guiana, país. O Brasil também tem Guiana - o Planalto  Guiana é uma espécie de realidade com uma topografia específica. É um modo de ver a vida.

A Bíblia faz uma menção ao barulho de "Muitas Águas". É no Apocalipse onde o barulho das muitas águas é o que o se usou para representar o som da voz de Deus. Mas não foi daí que saiu a minha idéia. Foi mais da "Guiana" e da nossa riqueza de água o que inclui também as águas abundantes em nosso lençol freático (hoje poluído) e na parte do aqüífero que passa por baixo de nossa terra.

Contudo o que eu gostaria de dizer aqui é que depois do lançamento do livro - que hoje é raro - vi aparecer empresas que incluíram a palavra "água" (no plural) em seus nomes de fantasia. São nomes como "Cidade das Águas", "Mundo das Águas", "Brasil das Águas". Há até um edifício com o nome de "Muitas Águas". Mas e daí? Eu estou dizendo que esses nomes saíram depois de mim? Eu sou o bom? Não! Longe disso, Só quero dizer que um começa, daí a coisa vai infectando, no bom sentido e de repente, todos estão fazendo alguma coisa. Existe ate uma teoria que explica isso. Se chama a teoria ou mito do centésimo macaco. Será que antes a gente não se lembrava de nossas águas? De qualquer modo quero felicitar aos donos das empresas que entraram assim na "Família das Muitas Águas"

quarta-feira, 2 de abril de 2008

Delegacia e cadeia de Foz do Iguaçu



A foto acima é uma reprodução de material que encontrei na Fundação Cultural de Foz do Iguaçu. É a antiga "Cadeia" e "Delegacia de Polícia". Eu me lembro dela. Não que eu tenha dormido lá. Me lembro perfeitamente da delegacia mas já não consigo lembrar onde ela estava exatamente. Sei que não era longe da Prefeitura Municipal e da antiga Câmara de Vereadores hoje Secretaria de Turismo. Ainda não havia a terceira pista da JK. A delegacia antiga foi substituída pela 6a SDP e mais tarde com o "progresso" pela Cadeia de Três Lagoas. Me lembro de um dos delegados que ocuparam a 6a SDP - Raimundo Nonato. Ele foi meu aluno de inglês em 1980. Parabéns aos responsáveis pela existência e exibição da foto! Ai que memória curta!

terça-feira, 11 de março de 2008

Rouxi: Um Açougue chinês de Foz





Bem, não é bem um açougue chinês. É um açougue internacional. Diria que é um açougue sino-coreano-brasileiro, para dizer o mínimo. O nome dele é Rouxi e fica na Avenida Juscelino Kubitschek em Foz do Iguaçu. Pelas tabelas bilingües pintadas com letras vermelhas sobre um fundo branco na parede do açougue iguaçuense, a gente vê que a clientela alvo é coreana, chinesa e brasileira. A placa que aparece primeiro está escrita em coreano e português.

Espero que você não seja daqueles ou daquelas que não conseguem ver a diferença entre coreano e chinês. As letras do coreano são agrupadas de maneira a que o produto final apareça mais quadradinho. A placa chinesa é a de baixo e exibe letras mais complicadas - com muito mais traços que a coreana. Bem, aqui eu não estou escrevendo para explicar os alfabetos - eu tenho um blog para tratar de assuntos lingüísticos que se chama Idiomas e Diversidade - mas mesmo assim creio que não tenha nada sobre o alfabeto coreano agorinha.

O que eu quero destacar aqui é o açougue que serve a duas etnias da Tríplice Fronteira ou Tri-Fron. Sempre destaco que há diferença entre etinias e nacionalidade. Coreano e chinês são etnias. Eu diria que 99% dos chineses são de etnia Han. O alfabeto acima é o alfabeto nacional Han. Existem chineses que não são Han. Han é uma entre as 56 etnias da China que incluem os uigur, hui, yi, tibetanos, mongóis, miao, puyi, coreanos e cazaques. Agora nos concentremos na coisa que me chamou a atenção: os cortes de carne.

Desde que vi a placa pela primeira vez, há uns quatro anos, me encuquei com a tripa da vida, com o garrão e o testículo. Até hoje não sei qual é a tripa da vida. Isso me soa bem - existe uma tripa da vida. Destaco que a gastronomia testicular não é coisa de chinês. O testículo é usado no churrasco gaúcho, na cozinha nordestina e em todo o mundo. Creio que o item de número 23, a barriga, tem um detalhe muito interessante em chinês. Não leio chinês-chinês, mas como estudei japonês, e como o japonês usa a mesma letra chinesa até certo ponto, consigo identificar o que quer dizer. Vejo alí os kanji(s) ou Han zi (letra Han-Chinesa), para Cinco, Flores e Carne. Então barriga ali quer dizer Carne das Cinco Flores. Legal, né?

Este açougue é muito interessante e entra na minha lista de coisas interessantes da Tri-Fron. Se os nomes das carnes estão traduzidas para o português, isso revela duas coisas, temos muitos coreanos e chineses que já não lêem as duas linguas e, segundo, que o açougue está aberto para brasileiros. Quando visitei o açouge para fazer as fotos, havia alí uma equipe de três pessoas. Um loiro, possivelmente de descendência alemã-gaúcha, um chinês Han e um brasileiro de descendência não claramente identificada por mim na hora. De repente de descendência nordestina, ou italiano sulista.

Na placa, a palavra "garrão" me parece influenciada pelo nosso Sul e pela "colônia". Vejo muita gente pela área rural onde ando pregando turismo sustenstável e presevação das culturas, linguas, e meio ambiente que a palavra garrão é usada como substituto para calcanhar. Já vi muita gente que não conhece a palavra calcanhar. Vi certa vez uma moça me dizer que estava com uma dor no garrão. Eu fiquei meio desorientado tentando lembrar onde ficava o garrão.

Assim, em um simples açougue iguaçuense vejo dicas para explorar um monte de coisas. O próximo passo, é dar a seguinte receita de testículo, uma entre muitas, retirada do site do blog Prato Feito:


Corte 12 testiculos de boi em 8 pedaços cada um, lave bem, seque e separe. Bata o 1 colher e meia de sopa de sal com o 6 dentes de alho no liquidificador.

Coloque os pedaços de testículo numa tigela de vidro e tempere, deixando durante 24 horas.

Depois, coloque no 1 litro de vinho branco seco misturado com 1 colher e meia de sopa de vinagre de vinho branco e deixe por uma semana em geladeira.

Na hora de preparar, retire e frite-os em azeite bem quente até que fiquem macios.

Na hora de servir, regue com um azeite de oliva e salpique uma porção generosa de
alho frito.

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Lembrando Roger Tory e a Observação de pássaros na Tri-Fron

Roger Tory Peterson
1908 - 1996
In Memoriam
A observação de pássaros é um fenômeno do século 20. Antes disso só havia caçadores de pássaros e cientistas estudiosos de pássaros. Existia também os conhecedores gastronômicos - que são aqueles mais antigos que sabiam tudo sobre pássaros fritos, assados, torrados e cozidos. Já denunciava Eurico Santos, grande escritor naturalista brasileiro, "... a gula orientou a observação a respeito dos seres emplumados..." Do tipo você já comeu pica-pau? Quanto aos cientistas, muitas foram as expedições que partiam com cientistas armados com espingardas. Todo pássaro que descobriram, levou chumbo e chegou morto para ser empalhado depois, claro, de ser dissecado e "entendido".

Mas esta nota aqui é para falar da boa e agora já velha "observação de pássaro". O observador de pássaro não é cientista. Não é biólogo. É um cidadão de qualquer profissão que deseja ver, observar e identificar pássaros. Para isso ele carrega binóculos e se for sério mesmo, uma caderneta para anotar a espécie vista, a hora e o local exato. Ele carrega uma coisa mais preciosa ainda: um guia de campo. O primeiro Guia de Campo foi feito pelo amante da natureza e pintor Roger Tory Peterson em 1934. Assim Peterson foi o pai da observação de pássaros moderna. Hoje há livros Guias de Campo para pássaros de todos os países, continentes, regiões, ecossistemas e biomas.

O primeiro Guia de Campo que vi era de Roger Tory Peterson, dedicado aos pássaros do Centro-Oeste dos Estados Unidos. Eu o comprei em um sebo em Maceió dos anos 70. Era um livro pequeno, de bolso. Graças a esse livro, meus olhos abriram-se para os pássaros e pude saber que caga-cebo, se chama "bananaquit".

Estou escrevendo isso aqui ligado à minha famosa "Lista do que Fazer na Tri-Fron". Na lista dou um link para uma agência de turismo especializada em observação de pássaro em Puerto Iguazú. A orientação geral da empresa é para o público de fala inglesa. Por quê? É uma pena que este hobby não tenha pegado por aqui. É razoavelmente desenvolvido na Argentina. Aqui não. Uma grande população interessada em pássaros, ajuda muito na questão ambiental. A destruição das matas, banhados, campos extingue pássaros. A região está pobre em observação de pássaro ou seja, temos uma observação primitiva para os estrangeiros e nenhuma para o público local. Isso pode mudar. Estou sabendo de um movimento para a criação de um Clube de Observação de Aves (COA)em Foz do Iguaçu.Logo descobrirei mais e acrescentarei as dicas. No Brasil começa a haver um movimento de observação de pássaros e está entrando em vigor o verbo "passarinhar". Eu mesmo criei um verbo desses, se chama "ornitomirar".

As agências de turismo já podem organizar saídas de observação de pássaros em Foz do Iguaçu. Mas ainda para turistas e de preferência americanos. Isso é triste. Não me conformo que o Brasil não tenha sabido, primeiro, entrar para valer na indústria da observação; segundo, incentivar o hobby para os cidadãos em geral. Final: o Só os EUA tem mais de 50 milhões de observadores.

domingo, 17 de fevereiro de 2008

Apometria


O Blog de Foz do Iguaçu, que se dedica a mostrar o que Foz do Iguaçu tem, quer hoje chamar a sua atenção para um grupo de pessoas que trabalham com uma técnica chamada "apometria". Escrevo sobre a Apometria por que estou escrevendo sobre todos os grupos ligados à espiritualidade em Foz do Iguaçu e muitos deles coloquei na Lista do que fazer na Tri-Fronteira. Não estou colocando a Apometria na lista, no sentido clássico turístico-cultural. Até porque o que a Apometria tem em Foz do Iguaçu é um local de trabalho, o Lar Escola Seara do Bem.

O que posso dizer, no nível pessoal, é que já fui ao Lar Escola, em certo momento e saí de lá animado, provocado, cutucado. Me foi dito que eu poderia fazer muito mais, que sabia muito mais do que eu tinha assumido até o momento. A foto foi feita há alguns meses quando eu andava pela região. O Lar Escola Seara do Bem fica na rua do Centro Social Urbano. A Apometria é chamada de Medicina Espiritual. Coloco abaixo alguns links do mundo apométrico.

Site um
Site dois
Casa do Jardim

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2007

PLATAFORMA UM / LADO DOIS




A linha de ônibus iguaçuense mais conhecida internacionalmente. É a linha Centro-Parque Nacional via Aeroporto Internacinal de Foz do Iguaçu-Cataratas. Pertence a Empresa Transbalan.

Parte III

O primeiro ponto do Lado Dois da Plataforma Um é um dos mais conhecidos do mundo – pelo menos do mundo dos viajantes. É a linha Centro – Parque Nacional – Centro. Esta linha sai do centro (TTU) percorre toda a Avenida JK, entra na Jorge Schimmelpfeng (xi mel feng) – única palavra alemã fácil de ler para um chinês – e logo desemboca na Avenida das Cataratas. Passa por bairros que lembram boa parte da curta história de Foz do Iguaçu como a Vila Yolanda – com ruas arborizadas e quietas. É nesta Avenida onde se encontra o Trevo ou bifurcação que leva à Argentina, à esquerda e às Cataratas – lado brasileiro, em frente. A partir daqui a Avenida das Cataratas passa a ser a BR 469 – chamada de a “BR mais curta do Brasil” – que começa mais ou menos nos limites do Hotel Carimã e vai até às Cataratas. Há pontos de ônibus próximos a todos os hotéis mais conhecidos da estrada – os mais estrelados. 

(Ponto de ônibus do Centro de Visitantes do Parque Nacional do Iguaçu) O ônibus só chega até a Centro de Visitantes do Parque Nacional do Iguaçu. A partir daí, já entra uma outra espécie de transporte que o interno do Parque operado pela Cataratas SA, empresa que administra, por concessão, a área e serviços do Parque Nacional do Iguaçu. São ônibus double deck, o andar superior sem vidros, panorâmicos que permitem ver melhor a paisagem ao longo da BR entre o Centro de Visitantes, os diversos atrativos colocados ao lado da estrada e às Cataratas – majestosas, rainhas, supremas!

Do TTU ao Parque Nacional do Iguaçu a passagem custa R$ 2.85 para todos – pretos, brancos, ricos, pobres, feios, bonitos, famosos e requenguelos. Dentro do Parque a cobrança segue uma diferenciação brava – com preços diferenciados para residentes de Foz do Iguaçu e municípios do entorno do Parque Nacional do Iguaçu, para brasileiros do resto do Brasil, para crianças, para idosos, para mercosulinos fora os brasileiros, adultos, mercosulinos crianças, mercosulinos idosos claro que não está incluído aí os mercosulinos brasileiros. Alguém tem que ajeitar isso (Mercosulinos são os argentinos, brasileiros, Paraguaios, Uruguaios e Venezuelanos – não sei como estão tratando os bolivianos, chilenos e peruanos)! Há quem diga que esta segregação não é constitucional.


O segundo ponto da Plataforma Um / Lado Dois é interessante para turistas. É a parada do ônibus que vai para a Vila “C” – antiga vila-alojamento para os trabalhadores braçais que construíram a Usina Hidrelétrica de Itaipu – a maior do mundo. Eram galpões pré-armados em ferro, cobertos de zinco, formato arredondado, divididos em quatro habitações por paredes internas. Pouco a pouco viraram casas e é necessário hoje ter um olho aberto para ainda ver os antigos barracões. Os ônibus que vão para a Vila “C” saindo deste ponto, passam pela Rodoviária. Assim, ótima opção para os ônibus de Três Lagoas e Gleba Guarani – caso estejam cheios. Daqui saem também os ônibus para a Vila “A” Via Avenida Paraná – lembra do INSS, IML, Receita Federal?

A Vila “A” também foi construída pela Itaipu Binacional para abrigar o exército de pessoas que vestiam camisas mais limpas, usavam colarinhos mais claros, pegavam no mais leve e se dedicavam às coisas mais ligadas ao saber, à cabeça etc. São os burocratas, tecnocratas e técnicos. Hoje a Vila “A” se transformou. Já não é unicamente morada de dandocas e dandocos. À Vila A se juntaram vilas nascidas de iniciativas imobiliárias locais como os Jardins Ipê I e II, a AKLB (Aporã, Karla, Lancaster e Barbara entre outros transformaram a Vila em uma cidade com agito à noite, autosuficiente etc. Mas aviso, o transporte à noite é ou pode ser caótico.

As próximas paradas deste lado levam aos bairros Três Bandeiras, Lote Grande e Libra.

Três Bandeiras é um bairro também populoso que nasceu de loteamentos para atender aquela demanda já mencionada. O acesso ao bairro se dá logo depois do Hotel Muffato na BR-277 ou melhor na Avenida Olímpio Rafagnin, uma via marginal, paralela à BR. O Libra também é um bairro iguaçuense agradável. Para chegar nele o ônibus segue a Avenida República Argentina já mencionada pelo seu movimento noturno, lojas, comércio e escritórios de profissionais liberais. O acesso ao bairro se dá logo após a Praça da Bíblia. Já o Lote Grande é uma experiência à parte. Está na área rural da cidade a viagem já vale pelo passeio.